terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mim não tuwíta!!!

Fiz minha inscrição para o Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, e me foi perguntado qual era minha conta de Twitter, o tal do micro blog, - eu não tinha um conta - me senti pelado, um mundano não iniciado, logo eu um cara escolado e prafrentéx como dizia minha avó Odete.

Tá bão, vou abrir uma conta, afinal como vou chegar ao Encontro de Blogueiros sem um Twitter? Vou ficar ‘out’, completamente deslocado. Como é que eu iria me comunicar com meus pares ideológicos, meus companheiros virtuais?

Daí abri uma conta, http://twitter.com/engajarte - @engajarte, me followei com meia dúzia de profícuos twiteiros e comecei a experimentar a “ferramenta”.

Caraca, já me senti um veterano, agora já tenho uma nova tribo.

Até twitei: “que negócio mais murrinha para encotrar e tornar-se seguidor dos outros”, já comecei a me encher com a pouca amabilidade do brinquedo, falta desenvolvimento do aplicativo para torná-lo mais dinâmico e fácil de interagir, além de um tanto lento, estranhei estas característica em um sítio tão em voga.

Usei mais um pouco, li alguns posts ou twittadas, então, lembranças, imagens e pensamentos começaram a preencher a minha mente, em realidade aquilo estava sendo uma experiência forte, devido a relevantes conexões a eventos de há mais de vinte anos.

Era um adolescente com certa timidez, e meu maior problema era conversar com meus colegas, até não por timidez, mas eu não conseguia participar da maioria das conversas, um falava com o outro e eu não conseguia desenvolver nenhuma comunicação.

Eu me sentia no limbo, e não entendia o que acontecia, eu simplesmente não conseguia conversar, só ficava ouvindo, as conversar eram em português, claro, eu entendia tudo, mas não conseguia falar nada que concatenasse e desse seguimento ao colóquio. Era o meu drama.

Até que um dia fui a uma reunião política, com gente mais velha, universitários e formados, ali a experiência foi outra, os assuntos eram amplos e eu conseguia participar da conversa, conseguia muito bem colocar minhas idéias e desenvolver os temas, também fiquei impressionado com a experiência.

Agora, tuwitando, tudo isto me voltou à cabeça.

Entendi que a questão é o formato.

É o formato de comunicação que eu sempre tive dificuldade de interagir, o da comunicação curta e segmentada, com conteúdo limitado, rápido, superficial, onde o conteúdo descritivo é limitado, o foco maior é no relacionamento pessoal, e é justamente o formato do Twitter, entendi que é uma estrutura apreciada por uma parte das pessoas, que funcionam nesta freqüência, seja verbal, seja escrita.

É a mesma coisa com o jogo de truco, rápido e com meia dúzia de cartas. Os serviços de mensagens instantâneas (MSN, ICQ) também funcionam com uma forma similar.

Então onde fica o Blog nesta história? Este é justamente o outro formato de comunicação, com temática mais extensa, um jeito de se comunicar onde a estrutura do diálogo é mais analítica e longa.

Isto faz sentido agora onde não consigo paciência para acompanhar o twitter e adoro os Blogs, e fez sentido por toda minha vida, onde minha capacidade de comunicação e interrelacionamento sempre foi limitada. Limitada a quem gosta de ouvir muita conversa.

Logo, sou um cara prolixo, assim, meu cérebro num tuwíta.

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