terça-feira, 29 de junho de 2010

Lupi fecha a questão, Osmar é candidato a governador do Paraná.

Lupi mostra a que veio, e define a situação da sucessão no Paraná.

Chegou alguém com culhões na área, agora entendemos o porque do sucesso governo Lula na criação de milhões de empregos, como de fato nunca se viu no Brasil.

Lupi vem e se engrandece com o resultado de seu trabalho de articulação e resolução deste penoso embaraço estadual.

Alta política é coisa para estadistas, gente ousada, que constrói seu momento, que monta no cavalo que passa encilhado com dizia o Brizola.

É um asco repetir que a esperteza quando é muita acaba por engolir o esperto.

É tempo de lamber as feridas e hora de Osmar Dias recuperar o coração de sua militância e de seus eleitores, coração este martirizado por dias de incompreensível indecisão, de idas e vindas, de lances obscuros, de pequenezes que malgastaram capital político.

Mas o momento é único, o campo progressista avança a passos largos, a moral está em alta, a economia prospera, Dilma(PT) se firma, e Dunga vai trazer o caneco.

A composição amarrada por Lupi no Paraná é muito forte, é levantar a poeira e trabalhar para ampliar a prosperidade conquistada por anos de um governo nacionalista e desenvolvimentista do Requião (PMDB), aprofundar conquistas e projetos com a marca do PDT, de valorização dos cidadão através da educação e do trabalho.

domingo, 27 de junho de 2010

José Serra utilizou dinheiro de fontes ilícitas "estatais e lobistas" em sua campanha presidencial.

Justiça confirma "Lista de Furnas" e absolve seu divulgador



Enfrentando máquina montada para desacreditar "Lista de Furnas", Justiça confirma sua autenticidade, absolve divulgador e condena deputado

“Lista de Furnas”. Único documento que comprova como funciona o esquema de corrupção no Brasil entre financiadores e financiados no período eleitoral apareceu anos atrás no desenrolar da apuração do Mensalão e Valerioduto mineiro.

Na época a temida “Lista de Furnas” caiu como uma bomba nas redações dos principais veículos de comunicação do País.

Neste período, o governo Lula encontrava-se acuado pelo PSDB e DEM, devido às investigações do Mensalão. Eram questões de dias para que o Impeachment fosse votado.

Como afirma um ex-deputado federal que participou das negociações: “A “Lista de Furnas” salvou o mandato de Lula”.

O PSDB, principal partido de oposição, ao deparar-se com o documento que mostrava as entranhas de seu esquema de arrecadação financeira pelo caixa 2 para suas campanhas políticas foi obrigado a transigir e recuar na intenção de aprovar o impeachment de Lula.

Porém, o documento era muito sério, continha informações importantíssimas. Desta forma, paralelamente foi montado um pesado esquema junto aos principais veículos de comunicação para desacreditar a “Lista de Furnas”.

A estratégia escolhida foi a de desacreditar o documento “Lista de Furnas”, alegando ser o mesmo falso. Acusando o autor de sua divulgação de tê-la falsificado.

Simultaneamente diversos participantes da “Lista de Furnas” deram entrada em processos judiciais acusando o divulgador da lista, o mineiro Nilton Monteiro, de ter praticado calúnia, difamação e injúria.

Um destes processos foi distribuído para a 7ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte - MG.

Depois de uma profunda investigação, a Juíza Doutora Maria Luiza de Marilac Alvarenga Araujo proferiu sua sentença, absolvendo Nilton Monteiro, reconhecendo a autenticidade do documento e condenando o autor da Ação deputado federal Jose Carlos Aleluia Costa (DEM- BA), que recorreu para o TJMG.

Embora existam versões de que a juíza tenha sido muito pressionada, não poderia ser diferente, pois, anterior ao julgamento, a Polícia Federal submeteu à perícia, pelo Instituto de Criminalística da Polícia Federal. Laudo Pericial nº. 1097/2006 INC a “Lista de Furnas”. E a mesma foi considerada autêntica.

Desenrolar idêntico ao da 7ª Vara Criminal de Belo Horizonte está ocorrendo nos demais processos instaurados, inclusive em Inquéritos em tramitação perante a Polícia Federal. Resta agora saber se haverá punição para os integrantes da “Lista de Furnas”.



Documentos que fundamentaram a matéria:

Sentença proferida pela Juíza da 7ª Vara Criminal de Belo Horizonte – MG, que absolveu Nilton Monteiro - Parte I

Sentença proferida pela Juíza da 7ª Vara Criminal de Belo Horizonte – MG, que absolveu Nilton Monteiro - Parte II


Do Novo Jornal


Do Blog Com Texto Livre

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Serra, de tiro ao Álvaro, não tem mais onde furar.

PSDB larga de mão seu candidato presidencial, e parte para o tudo ou nada nas eleições regionais.

A mudança de prioridades foi escrachada no anúncio de Álvaro Dias como vice de José Serra, pois este é um vice que não agrega nada a corrida presidencial, Serra já tem vantagem no Sul, no eleitorado conservador onde Álvaro Dias teria maior capacidade de agregar votos, o problema grave da estratégia presidencial é a sangria no resto do país, onde um vice de expressão pudesse fazer alguma diferença.

Qual seria a lógica então?

A lógica é a da base do PSDB, que já desembarca da candidatura presidencial, despreza a aliança com os DEMOS, e vai com tudo para salvar suas candidaturas estaduais, onde a dobradinha PSDBista teria mais força em ajudar alguns candidatos a Governador, ao Senado além de somar mais força para salvar o PSDB de ser varrido dos parlamentos estaduais e federal.

E como fica o DEM? Chegou o fim de seus “dias”? O DEM ficou segurando na broxa, pois o foco do PSDB será capitalizar todo o eleitorado conservador, num salve-se quem puder, na construção de sua bancada. O DEM agora é concorrente.
A última pesquisa eleitoral, onde Dilma Rousseff ultrapassa Serra desencadeou a nova diretriz política de sobrevivência PSDBista.

Álvaro não tem nada a perder, de todas as formas ficaria/ficará no Senado mais 4 anos, agora, Osmar Dias que poderá retirar-se da candidatura para o Governo do Paraná seria o grande perdedor, e sua contraparte do PSDB, Beto Richa, o grande vencedor.

O mesmo jogo será jogado pelo PSDB em todo o Brasil, mas sua expressão mais forte será mesmo no Paraná, onde salva um governador de uma derrota provável e embaralha o joga da esquerda e de um palanque forte para a Dilma.

José Serra vai para o sacrifício de um fim amargo de sua carreira política, abraçado na submersão não ao Álvaro, mas ao irmão dele...

E que Oxalá nunca provemos de uma trama intrafamiliar tão perniciosa quanto prova o cidadão Osmar Dias.

“Diagnósticos” sobre Dunga caracterizam injúria e difamação

Do Viomundo

por Conceição Lemes

Paranoico, mania de perseguição, desequilibrado, neurótico…

São alguns dos “diagnósticos” que alguns “especialistas”, especialmente psicanalistas, têm feito sobre o comportamento de Dunga, desde que o treinador da seleção brasileira de futebol acabou com anos e anos de privilégios da TV Globo na cobertura desses eventos e passou a tratar isonomicamente toda a mídia. Ponto para o Dunga. Zero, para o oportunismo e o simplismo grosseiro de tais “especialistas”.

“Para nós, a Copa do Mundo é um evento de curtição, interação social, e a nossa expectativa é de que o técnico participe desta festa”, analisa a médica psiquiatra Laura Helena Andrade, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e professora colaboradora da Faculdade de Medicina da USP. “Só que o Dunga está numa’ guerra’, sob forte pressão. Junto com o seu ‘exército’, está pensando em tática. Se abrir o jogo ou se der muita trela para a imprensa, está abrindo a guarda para o inimigo. Além disso, ficar paparicando este ou aquele veículo tira o foco do trabalho do treinador, que é o de comandar a equipe, e dos próprios jogadores. Dispersa. Atrapalha.”

“Numa situação de ‘guerra’, ninguém fica tranqüilo”, avança a doutora Laura. “É inadequado. Se bobear, o inimigo vem e te ‘corta’ a garganta. O que Dunga está fazendo é ficar alerta, defendendo a equipe e a estratégia dele.”

O Dunga realmente não é simpático. E daí? Ele é um técnico, não é um apresentador de TV nem um garoto-propaganda. O papel dele não é fazer o social, mas ganhar o jogo dentro do campo.

“Além disso, qualquer diagnóstico psiquiátrico à distância é perigoso, pois depende do contexto”, prossegue a doutora Laura. “A irritação do Dunga à crítica desvairada da mídia por ele não estar fazendo o jogo dela não é inadequada. Inadequados são o desrepeito à vontade do treinador e a exigência de privilégios por parte da imprensa. A irritação dele é absolutamente compreensível, é a reação normal de qualquer humano. É sinal de saúde mental.”

“Consequentemente, parte da mídia e certos profissionais de saúde estão interferindo, sim, na saúde psíquica tanto do Dunga como de toda a equipe, pois tudo o que se passa aqui fora, chega lá dentro para eles”, adverte a doutora Laura. “Lamentavelmente jogam contra a seleção brasileira, fazendo o papel do inimigo.”

O clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas de São Paulo e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP.

“Se o Dunga fosse paciente desses profissionais, eles estariam infringindo o Código de Ética Médica, que veda a divulgação de qualquer diagnóstico”, afirma Lichtenstein. “Como o técnico não é paciente deles, estão cometendo injúria e difamação.”

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Jacaré abriu a boca, depois de mastigar uma candidatura

Saiu mais uma pesquisa eleitoral do Ibope, que interessa pelos detalhes e pelo contexto, nos grandes números apresenta a novidade da ultrapassagem das intenções de voto em Dilma Rousseff sobre o candidato oposicionista José Serra.

Mas o que importa na pesquisa são os detalhes, alguns deles de importância qualitativa relevante.

Primeiro de tudo vêm às tendências, que mostram a coerência temporal de subida da candidata “do Lula” e a queda do candidato “FHcista”. Só isto já seria suficiente para trazer grandes alegrias a uns e penosos abatimentos para os da vertente descendente.

Pouca coisa é mais difícil em uma campanha que inverter tendências, pois trata-se de um grande movimento de intenções, um fluxo, uma vertente de empatias e antipatias, só mesmo um conjunto de desastres para reverter algo assim.

Há outros dados que contribuem para o entendimento e todos eles apontam para a tendência geral, algumas críticas como o apontamento espontâneo de um candidato, onde Dilma fica em primeiro e Lula em segundo, dá até para apostar que a grande maioria destes votos serão transferidos para a candidata Lulista.

Dados de desconhecimento da candidata Dilma, desconhecimento de quem é a candidata do Lula, índice de rejeição, todos indicadores que apontam favorecimento da tendência de crescimento da candidatura governista.

Isto num contexto em que a oposição já está a anos em campanha cerrada contra o governo Lula, seu partido e tudo o que ele representa, expressando-se em uma máquina de comunicação de massa de TVs, jornais e revistas de circulação nacional que diariamente alcançam todos os lares e leitores brasileiros, numa tentativa de desconstrução de inimigos políticos que não se via desde os tempos de João Goulart.

A campanha midiática já chega a ser acintosa no favorecimento ao candidato das oposições, o Governador Serra, e no ataque ao governo e a atual candidata ao continuísmo, e está num crescente, até quem não se liga muito em política já está percebendo o conluio e o “empurra” recebido pelo Serra pelas grandes empresas privadas de comunicação.

A sorte do Brasil hoje é existir a internet, e a democratização da informação que ela proporcionou, ainda que bastante limitada, já foi um enorme salto de qualidade.

Agora imagina se a Dilma declara apoio cerrado ao Dunga e a Seleção Brasileira para ganhar o Mundial de Futebol...

A tendência é dura, e é de que a “Dilma do Cheff” leve o caneco, passando longe da Serra do Pedágio, que desce em direção à popularidade do grande FHC.

Osmar Dias do PDT é candidato ao governo do Paraná liderando forte coalizão

Do Blog do Esmael


Habemus Papam: Osmar ao governo; Gleisi e Requião ao Senado
22 de Junho de 2010 - 22:48 by editor.
* “Fumacinha branca” saiu no começo da noite da sede petista



Osmar definiu-se pelo governo; Requião e Gleisi disputarão o Senado.
O senador Osmar Dias (PDT) vai mesmo disputar o governo do Paraná. A informação foi repassada por deputados federais do PT e do PMDB, que acompanharam a última reunião na sede do PT em Brasília.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse hoje à noite a parlamentares paranaenses que “Osmar está pronto para guerra eleitoral rumo ao Palácio Iguaçu”.

O anúncio oficial do entendimento entre os três partidos (PDT, PMDB e PT) deverá ser feito nesta quarta-feira (23), informam fontes petistas e peemedebistas em Brasília.

O ex-governador Roberto Requião (PMDB) e a ex-presidente do PT, Gleisi Hoffmann, estarão juntos no mesmo palanque na disputa pelo Senado.

Caberá ao PMDB indicar o vice de Osmar. O partido tem vários nomes cotados para o cargo, entre eles os deputados federais Rodrigo Rocha Loures e Marcelo Almeida.

A coligação na proporcional ainda não está resolvida, mas a tendência é que seja montado um “chapão” com PMDB, PT e PDT.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Privatizações, a Pirataria Neoliberal

A privatização das estatais atingiram plenamente seus objetivos, há que se pensar em estratégia político econômica na sua gênese, concentrou propriedade, concentrou benefícios, distribuiu custos pela sociedade, isto é resultado de uma orientação política clara, com 100% de resultados atingidos.

Os políticos ou forças políticas da privatização tinham objetivos claros, nem podia ser diferente, e a situação atual reflete perfeitamente a diretriz e o êxito do programa.

Se alguém na época da privatização tinha outra expectativa, foi desinformado, pois tudo isto foi alertado naquele momento.

O movimento iniciou nos governos Regan(EUA)/Tatcher(UK), governos altamente conservadores, da direita dura, sua baliza era a tal da estratégia “pingadeira”, concentrar todos os benefícios na elite econômica, isenção de impostos, desregulamentação, privatização, e assim a concentração produziria excedentes financeiro que seriam reinvestidos gerando mais riqueza e lá no final pingaria alguma coisa para os setores mais baixos da sociedade.

O que resultou, óbvio, foi a super concentração de renda, mesmo nos EUA, país de vasta classe média, mudou a composição social, parecendo cada vez mais com um país de 3ºmundo, com concentração de riqueza e uma massa de pobres.

Este modelo foi forçado pelos EUA a todos os países que ele tinha influência, seja diretamente seja via FMI e Banco Mundial, principalmente depois do desaparecimento a União Soviética, pois, colocaram-se agressivamente disseminando um modelo único, na esteira do vácuo político ideológico que se seguiu ao fim da URSS.

A estratégia era assim, política, não de fundo “econômico”, e o que menos importava era a legalidade ou transparência, pois um processo de transferência de bens públicos para escolhidos privados, jamais poderia ser aberto, e assim foi em todos os países submetidos, desde Rússia oligarca até a Argentina Menemista.

Foi o maior processo de transferência de riqueza da história da humanidade, o que aconteceu no Brasil foi a mesma coisa, de vez em quando aparece alguma ponta obscura deste processo criminoso, e a sociedade Serra/Dantas na Flórida é isto.

Livro desnuda a relação de Serra com Dantas.

Do Blog Conversa Afiada


O Conversa Afiada recebeu de amigo navegante mineiro o texto que serve de introdução ao livro “Os porões da privataria” de Amaury Ribeiro Jr., que será lançado logo depois da Copa, em capítulos, na internet.

Vai desembarcar na eleição.

É um trabalho de dez anos de Amaury Ribeiro Jr, que começou quando ele era do Globo e se aprofundou com uma reportagem na IstoÉ sobre a CPI do Banestado.

Não são documentos obtidos com espionagem – como quer fazer crer o PiG (*), na feroz defesa de Serra.

É o resultado de um trabalho minucioso, em cima de documentos oficiais e de fé pública.

Um dos documentos Amaury Ribeiro obteve depois de a Justiça lhe conceder “exceção da verdade”, num processo que Ricardo Sergio de Oliveira move contra ele. E perdeu.

O processo onde se encontram muitos documentos foi emcaminhado à Justiça pelo notável tucano Antero Paes e Barros e pelo relator da CPI do Banestado, o petista José Mentor.

Amaury mostra, pela primeira vez, a prova concreta de como, quanto e onde Ricardo Sergio recebeu pela privatização.

Num outro documento, aparece o ex-sócio de Serra e primo de Serra, Gregório Marin Preciado no ato de pagar mais de US$ 10 milhões a uma empresa de Ricardo Sergio.

As relações entre o genro de Serra e o banqueiro Daniel Dantas estão esmiuçadas de forma exaustiva nos documentos a que Amaury teve acesso. O escritório de lavagem de dinheiro Citco Building, nas Ilhas Virgens britânicas, um paraíso fiscal, abrigava a conta de todo o alto tucanato que participou da privataria.

Não foi a Dilma quem falou da empresa da filha do Serra com a irmã do Dantas. Foi o Conversa Afiada.
Que dedica a essa assunto – Serra com Dantas – uma especial atenção.

Leia a introdução ao livro que aloprou o Serra:


Os porões da privataria

Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.

Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …

Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.

A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.

(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).

O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.

A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.

O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.

O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.

Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.

Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.

Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.

De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.

Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…

Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.

(1)A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2)As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

Submarino Nuclear Brasileiro - Projeto de País

O quanto representa para o Brasil o conjunto de processos associados ao submarino nuclear, para além de um recurso de arsenal militar?

Inicialmente é uma tarefa hercúlea, e a Marinha do Brasil está tocando e coordenando todo o processo, inclusive o desenvolvimento tecnológico avançado requerido, jamais um projeto militar brasileiro foi tão amplo e complexo, a Marinha vai firmando-se como a mais tecnicamente capacitada das forças.

E para que tanto investimento? Pois mesmo depois de tudo instalado o custo de manutenção e operação também será imenso.

Proporcionalmente o Brasil gasta pouco em defesa militar, menos de 2% do PIB, menos que a maioria dos países desenvolvidos ou grandes emergentes, agora, estaríamos sujeitos a ameaças que justificariam todo este dispêndio?

Bem o mundo continua sendo bastante agressivo, as relações internacionais vão continuar sendo um jogo de forças, econômicas, políticas e militares.

Países hoje dominantes investem pesado em capacidade bélica, frequentemente a utilizam contra quem lhes é conveniente e vivem ameaçando esmagar pela força as resistências, inclusive com armas nucleares.

Temerário seria o 5º maior país do mundo com a 5ª população, 7ª economia, colocar-se a mercê deste jogo pesado internacional confiando apenas nas boas intenções alheias.

Soma-se a isto algumas fragilidades estruturais do Brasil, onde quase todo o petróleo que produzimos ou importamos vem do mar, além de que a maior parte do nosso comércio internacional é via marítima, assim, um bloqueio naval já seria suficiente para colocar o país de joelhos, isto sem falar na exposição das plataformas de petróleo que como ativos valem bilhões de reais.

Também devemos relevar o potencial multiplicador que todo este desenvolvimento tecnológico vai propiciar a vários outros segmentos, além da formação de novas empresas e centenas de técnicos e profissionais altamente capacitados, utilizar grandes projetos como uma plataforma para o desenvolvimento nacional é uma estratégia que já experimentou muitas histórias de sucesso ao redor do mundo.

O primeiro benefício civil direto será o do reator nuclear (Labgen), que será utilizado como matriz de geração de eletricidade para o Sistema Integrado Nacional, vai ser o primeiro reator de muitos que poderão ser totalmente fabricados no Brasil.

Serão centenas de engenheiros e técnicos de alto nível, aplicados em todos os componentes do programa, que trará de quebra a consolidação da tecnologia e da indústria nuclear nacional, algo de grande impacto econômico e na própria segurança do país e sua população.

Trata-se de um projeto estruturante para o país, seus impactos serão agora e nas próximas décadas para o país, mais uma herança do atual governo, que diziam, tinha pouco preparo e fracassaria logo no primeiro mandato.

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O projeto do Submarino Nuclear Brasileiro (Programa de Propulsão Nuclear da Marinha) vai caminhando a passos firmes, algo que até nos surpreende, dado nosso histórico não muito consistente em grandes projetos militares ou mesmo de tecnologia avançada.

Uma imensa infra-estrutura com custo de bilhões de reais está sendo construída, tudo concatenado a um complexo sistema que vai da produção de urânio, sua transformação em gás(Usexa) e posterior enriquecimento(usina de ultracentrífugas), construção de reatores nucleares, instalação de todo um estaleiro especializado na construção e manutenção de submarinos e o próprio projeto da máquina super complexa que é o submarino em si.

Nenhum dos componentes é simples ou barato, e por ser tecnologia sensível a segurança nacional quase tudo terá que ser desenvolvido aqui, mesmo o acordo com a França para a construção do submarino não é completo e sempre estará sujeito à própria limitação do processo de transferência e a proteção de segredos industriais.

Afora toda a parte do sistema em si, será necessário todo um conjunto de medidas de suporte que possibilitarão a efetividade do programa, que vai desde o desenvolvimento de doutrina operacional de uso do sistema de armas, frota militar combinada de apoio, uma nova base naval para os submarinos e sistemas avançados de defesa aérea para a mesma.

Ademais do preparo e suprimento adequado de tripulações e armamentos e manutenção, recursos para treinamento e saídas em patrulhas reais, até sistemas de comando, controle e comunicação seguros (satelital).

Como sistema militar, sua eficácia será resultado da integração deste componente com outros sistemas, enfim a ação combinada de armas, neste caso, submarinos mais navios de superfície mais Força Aérea, todas atuando em conjunto em um teatro de operações.

Outro componente essencial para uma força efetiva, serão a capacidade de sensoriamento remoto, seja com radares e também sensores sônico submarinos, tudo isto integrado em uma rede informática segura.

Um sistema de detecção submarina para o Atlântico Sul, combinada com submarinos nucleares e aviões de longo alcance, isto sim, seria um salto estratégico de capacidade militar, seria mais um projeto, hoje mais viável pela disponibilidade de supercomputadores multiprocessados.

No conjunto o que parece apenas um programa de um tipo especializado de embarcação é muitíssimo mais amplo, complexo e com impactos profundos no país, a isto retornaremos no próximo artigo.

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