terça-feira, 4 de maio de 2010

O Tratado de Não Proliferação Nuclear e o Brasil

Capacidade nuclear para o Brasil também significa segurança energética para fomentar o desenvolvimento, além disto viabiliza a tecnologia para a utilização dos nossos recursos naturais, temos grandes jazidas de urânio.

Claro que isto se insere em um projeto de desenvolvimento do país, um projeto nacionalista.

Acontece que existem grupos políticos e econômicos que são ideologicamente contrários a este tipo de “projeto”, é o pessoal do “desenvolvimento dependente associado”, são os negociantes do neoliberalismo, gente que não se sente brasileiro ou tem seus modelos, alianças e desejos no exterior, estes hoje estão encastelados na candidatura Serra e nos empresários da grande mídia.

Para um analista de política internacional, o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) não passa de um simples acordo entre as grandes potências para congelar as estruturas de poder mundial, algo inaceitável para os demais países, principalmente para os grandes países como o Brasil, que tem potencial para vôos mais largos.
E os “pacifistas”? Bem esta ideologia não funciona no vácuo, existe um contexto de poder e de conflitos atuais, e os pacifistas acabam apenas por serem instrumentalizados pelos poderosos interesses em jogo.
O ponto chave da ameaça nuclear vem é claro dos países que POSSUEM armas nucleares, os quais só fazem desenvolver e ampliar suas armas, sua tecnologia, seus vetores nucleares, e rotineiramente fazem ameaças de uso de seus arsenais.
Por óbvio o foco dos países poderosos com o TNP é contra os países que NÃO POSSUEM as mesmas armas que eles dispõem aos montes.
A vergonhosa assinatura do TNP pelo FHC foi uma das grandes derrotas do Brasil como país, frontalmente contrária a décadas de orientação do Itamaraty.
E o que ganhamos em troca? Ganhamos agora pressão extra para assinar um protocolo adicional, que multiplica as nossas restrições e mantém as mesmas facilidades aos países com armas atômicas.
E os políticos do DEMO+PSDB clamam para o governo a assinar este absurdo legal, que concede benefícios a uns e duras restrições a outros.
É como se você, cidadão, tivesse uma lei dura para si e existisse uma outra pequena classe de indivíduos – uma nobreza – que tivesse leis muito mais brandas e com garantias ampliadas.
Isto para um republicano ou para um nacionalista é inaceitável, agora para um político aristocrático, é o mundo dos sonhos, daí você entende a postura dos conservadores.
Hoje temos nosso gigante país e população sem defesas nucleares largados em um mundo bastante agressivo. A responsabilidade disto é de nossos atuais e passados governantes.
Brasil, o quinto maior país do mundo, com 190 milhões de habitantes, sem capacidade defensiva, isto é um desastre, claro está que Collor(que acabou com vários programas) e FHC(que assinou o TNP) têm responsabilidades maiores sobre isto, e por seus atos jamais poderão ser considerados estadistas.
Armas nucleares são terríveis? Claro, e é por isto que quem as possui continua desenvolvendo seus arsenais.
E como podemos ver um mundo livre delas? Seguindo o TNP ou o TNP Adicional é que não vai ser, o objetivo destes tratados não é o da eliminação das armas, é sim o da manutenção das armas em um clubinho fechado.
O que fazer então? O caminho é o contrário, é o da ampliação do número de países com arsenais viáveis, e assim criando uma nova situação de igualdade e reciprocidade de poder, só isto é que vai levar o sistema internacional a um novo tipo de acordo, onde os países nucleares façam um novo tratado de abolição de todos os arsenais. Pois isto não é uma obrigatoriedade do TNP atual, o abandono das armas atuais é candidamente voluntário.
Ademais, os arsenais convencionais tem que ser incluídos na negociação, pois para países pequenos, a única viabilidade de defesa de agressões vindo de grandes países, é através de um arsenal nuclear, é o caso da Coréia do Norte, que só pode se defender dos EUA e da maioria de seus vizinhos por armas nucleares, pois por armas convencionais eles seriam facilmente esmagados.
Foi o caso do Iraque, que por não ter um arsenal, foi invadido e conquistado por uma potência imperial, sem condições de defesa.
Assim, este é o sentido do TNP e suas adições, definir o fim da história nas relações internacionais, nada a ver com a paz ou a segurança, é o nós sempre teremos e vocês nunca mais terão.

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2 comentários:

  1. A capacidade de analise de um documento depende de quem ta lendo, se for um homem de visão nunca vai assinar um papel que pode num futuro proximo por sua nação a ser subjulgada, agora se for uma pessoa que nao tem patria esta moralizada consigo mesma não importa vende a alma ate pra interesses de outrem é esqueçe que um dia foi brasileiro, sinto falta da eugenomia que o pais tinha no inicio da era vargas e militares, agora so temos escandalos e conrrupções vergonhosas, um pais como esse devia reserva 10% do pib para defesa olha as condiçoes do pais 1% não cobre as nossas fronteira que sao extensas, se o povo nao se manifesta e os militares aceitarem como as coisas estão meus amigos cada um por si daqui 10 anos...

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  2. O pior defeito de um político êh desprezar o nacionalismo, marca característica do neoliberalismo do PSDB, esse tratado êh uma vergonha, êh um atestado de submissão sem possibilidade de defesa.

    O PT tem muitos problemas, mas uma coisa ninguém pode negar, assim como os gov militares, êh um partido NACIONALista! Por isso ainda que por vias tortas conseguiu reerguer a economia, e recolocar o estado Brasileiro entre os grandes do mundo.

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