O quanto representa para o Brasil o conjunto de processos associados ao submarino nuclear, para além de um recurso de arsenal militar?
Inicialmente é uma tarefa hercúlea, e a Marinha do Brasil está tocando e coordenando todo o processo, inclusive o desenvolvimento tecnológico avançado requerido, jamais um projeto militar brasileiro foi tão amplo e complexo, a Marinha vai firmando-se como a mais tecnicamente capacitada das forças.
E para que tanto investimento? Pois mesmo depois de tudo instalado o custo de manutenção e operação também será imenso.
Proporcionalmente o Brasil gasta pouco em defesa militar, menos de 2% do PIB, menos que a maioria dos países desenvolvidos ou grandes emergentes, agora, estaríamos sujeitos a ameaças que justificariam todo este dispêndio?
Bem o mundo continua sendo bastante agressivo, as relações internacionais vão continuar sendo um jogo de forças, econômicas, políticas e militares.
Países hoje dominantes investem pesado em capacidade bélica, frequentemente a utilizam contra quem lhes é conveniente e vivem ameaçando esmagar pela força as resistências, inclusive com armas nucleares.
Temerário seria o 5º maior país do mundo com a 5ª população, 7ª economia, colocar-se a mercê deste jogo pesado internacional confiando apenas nas boas intenções alheias.
Soma-se a isto algumas fragilidades estruturais do Brasil, onde quase todo o petróleo que produzimos ou importamos vem do mar, além de que a maior parte do nosso comércio internacional é via marítima, assim, um bloqueio naval já seria suficiente para colocar o país de joelhos, isto sem falar na exposição das plataformas de petróleo que como ativos valem bilhões de reais.
Também devemos relevar o potencial multiplicador que todo este desenvolvimento tecnológico vai propiciar a vários outros segmentos, além da formação de novas empresas e centenas de técnicos e profissionais altamente capacitados, utilizar grandes projetos como uma plataforma para o desenvolvimento nacional é uma estratégia que já experimentou muitas histórias de sucesso ao redor do mundo.
O primeiro benefício civil direto será o do reator nuclear (Labgen), que será utilizado como matriz de geração de eletricidade para o Sistema Integrado Nacional, vai ser o primeiro reator de muitos que poderão ser totalmente fabricados no Brasil.
Serão centenas de engenheiros e técnicos de alto nível, aplicados em todos os componentes do programa, que trará de quebra a consolidação da tecnologia e da indústria nuclear nacional, algo de grande impacto econômico e na própria segurança do país e sua população.
Trata-se de um projeto estruturante para o país, seus impactos serão agora e nas próximas décadas para o país, mais uma herança do atual governo, que diziam, tinha pouco preparo e fracassaria logo no primeiro mandato.
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