terça-feira, 1 de outubro de 2013

Análise social da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios (Pnad) de 2012

Renda dos brasileiros cresce 8% acima da inflação em 2012

 

Três milhões e meio de brasileiros saíram da pobreza e mais de um milhão deixaram a extrema pobreza em 2012, de acordo com o estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil, divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo se baseia na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012).
A renda média dos brasileiros cresceu 8% acima da inflação e a população extremamente pobre caiu de 4,2%, em 2011, para 3,6%, em 2012. Com isso, o crescimento médio da renda domiciliar no Brasil no ano passado superou o Produto Interno Bruto (PIB) per capita chinês, disse o presidente do Ipea, Marcelo Neri, que é também ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). “Os dados de 2013 mostram que a aparente estabilidade de 2012 foi vencida, ou seja, esse freio da desigualdade não veio pra ficar – e isso já [se] mostra a partir de março de 2013”, avalia Neri.
Apesar de no último ano a desigualdade ter ficado aparentemente estável, o país registrou avanços no crescimento, na redução da pobreza e na melhora da educação. O PIB aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9%.
“A desigualdade mudou bastante naquilo que importa, que é o combate à pobreza. A pobreza caiu 16% no ano passado e metade dessa queda, ou seja 8 pontos percentuais, foi em função da melhora da desigualdade. Embora o índice de desigualdade tenha ficado parado, houve um grande aumento na base. Os 5% mais pobres tiveram um crescimento real por pessoa de 20% num único ano”, comentou Neri.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dirceu, Genoino a História e o Julgamento do Supremo Tribunal Federal

Para entender o que se passa no julgamento da AP 470 (vulgo "Mensalão" ou melhor definido por H.Angel o "Mentirão"), vamos voltar um pouco mais na história, pois o processo político não se inicia em 2005.

 

No ano de 1968, José Dirceu, presidente da UNE, realizando uma ação política de reunir um congresso dos estudantes da banida União Nacional dos Estudantes,  foi preso pelas forças policiais da ditadura militar em Ibiúna-SP. Hoje sabe-se que os encarregados de capturá-lo tinham ordem de torturá-lo e matá-lo preferencialmente durante o processo de tortura. Não o fizeram, seja lá por que razões, poderia-se dizer que não é todo mundo que tem estômago para este tipo de crueldade contra estudantes que fazem política pacífica.

 

Alguns anos depois em 1972 o militante de esquerda José Genoino foi preso também pelas forças da ditadura, em uma outra situação, ele fazia parte de um núcleo do PCdoB que tinha a missão de formar um núcleo político de ação social na região do Araguaia, e se as condições permitissem após 3 anos esperavam que poderiam iniciar uma resistência armada contra a ditadura militar.

 

O fato de Genoíno ter sido o primeiro a ser preso naquela ação evitou que o mesmo fosse assassinado como foram todos os demais militantes capturados no Araguaia, a política das forças da ditadura era em caso de captura de um prisioneiro, torturá-lo, assassiná-lo e dar sumiço com no cadáver.

 

Tempos negros e brutos aqueles da ditadura militar, tempos de crimes em série praticados como política do estado nacional.

 

Aquelas políticas não eram aleatórias, eram um conjunto de práticas de extrema direita com o fim de exterminar a oposição principalmente com o amedrontamento da população, era uma política de terror, onde a execução da oposição política era um dos componentes.

 

Retornando ao momento atual, esta mesma extrema direita violenta e sectária avalia ainda hoje que aqueles eventos foram um erro, foi um erro deixarem Dirceu e Genoino saírem vivos daquelas situações.

 

Até hoje a violência da direita não amainou. Acham que a violência genocida da época foi pouca, que aqueles militantes de esquerda deviam ter sido executados também, além de muitos outros. Dentre eles nossa presidenta Dilma, presa, torturada e condenada em um tribunal militar por fazer oposição política a ditadura.

 

Agora aterrissamos novamente no nosso tempo presente, vemos Dirceu e Genoino no centro da cena mais uma vez, o primeiro como Ministro da Casa Civil, e o segundo como presidente do Partido dos Trabalhadores.

 

Importante notar que ambos, derrotados e quase assassinados outrora, não mudaram de lado e de forma surpreendente tornaran-se vencedores mesmo com uma correlação de forças totalmente desfavoráveis.

 

Por sua vez os conservadores hoje derrotada pelo voto e usufruindo de um país que prospera na liberdade, ainda remoem as mesmas práticas e os mesmos vícios.

 

Para eles Dirceu e Genoino são ainda os mesmos inimigos a serem aniquilados, pois representam os mesmos setores progressistas da sociedade, a mesma esquerda que quer a emancipação dos trabalhadores, o desenvolvimento nacionalista, a justiça social.

 

E é este o momento da revanche, Dirceu e Genoino tem que ser condenados. Não querem deixá-los escapar novamente.

 

Não importa que não existam provas dos crimes que os acusam, aliás isto é ainda melhor. É um sinal inequívoco para os políticos e militantes de esquerda: não importa o quão corretos e honestos vocês sejam, não precisamos de provas para perseguir, condenar e jogá-los na cadeia.

 

Se não existem nenhuma prova documental ou testemunhal contra Dirceu, se não encontrou-se nenhuma votação no congresso que case com desembolsos financeiros, se todos os que receberam dinheiro já eram da base do governo e votavam contra o governo, e se o dinheiro vinha de empréstimos regularmente contabilizados no banco e no PT de Genoino, ou se o dinheiro da Visanet é privado e teve sua destinação comprovados por notas fiscais, nada disto importa.

 

Aliás importa sim, importa para mostrar o poder de usar a justiça para perseguir objetivos e inimigos políticos.

 

Este é o novo parâmetro que deve ser firmado na jurisprudência nacional, o STF antes garantista agora deixa claro: para condenar governos, associações, partidos, governantes eleitos, sindicatos ou qualquer um ligado aos movimentos populares de trabalhadores não se necessita de provas ou evidências, qualquer histórinha ou acusação bastam.

 

Mas esta nova jurisprudência não será de aplicação geral, para velha elite conservadora vale o garantismo de direitos de sempre.

 

Este julgamento é a derrota da república, é a derrota da justiça, é o tribunal da vingança e da revanche.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

A Democracia Brasileira e os Movimentos Golpistas

 
 
Otávio Mangabeira, então deputado federal pela Bahia na legenda UDN (União Democrática Nacional), 
ajoelha-se e beija a mão do general norte-americano Dwight Eisenhower.

A Historia e o Fascínio do Feiceismo do "Anonymous", o novo partido único da direita, dirigido de Londres.

História breve do Brasil, – da Ditadura ao "Feicismo" – , dedicada aos jovens que estão nas ruas fazendo o país avançar, mas que não querem ser usados pela CIA para fazer o Brasil voltar atrás.
 
1. Nos anos 50, eles se agrupavam num partido chamado UDN, que defendia sempre os interesses dos Estados Unidos no Brasil, a ponto de seu presidente, o tristemente célebre deputado Mangabeira, quando na presidência do Congresso Nacional ter beijado a mão do General americano Dwight Eisenhouwer candidato a presidente daquele país, como se pode ver nessa foto acima.
 
2. Sempre derrotados pelos trabalhistas, chefiados primeiro por Vargas e depois por Brizola e Juscelino em 1959 eles chegam à conclusão que precisariam deixar de parecer partido das elites e tinham que conseguir um candidato que parecesse ser do povo se quisessem ganhar as eleições presidenciais.
 
3. Em 1960, finalmente, eles tinham vencido uma eleição para presidente, tendo como candidato Jânio Quadros, um candidato que, nos comícios, comia na frente do microfone um grande sanduiche de mortadela para parecer popular e usava uma vassoura na mão como símbolo de que iria acabar com a corrupção.
 
4. Mas seu presidente, Jânio Quadros, renunciou seis meses depois de tomar posse. Eles e os militares queriam impedir que o vice tomasse posse, que na época era eleito em separado, João Goulart, também um trabalhista.
 
5. Em 1962 e 1963 eles tentaram por três vezes, sem sucesso, aplicar um novo golpe de estado. Seu chefe era Carlos Lacerda, jornalista financiado pela Agencia Central de Inteligência, a CIA, que teve um papel chave na deposição e morte de Getúlio Vargas em 1954.
 
6. Aproveitando-se da grande religiosidade do povo, eles criaram programas religiosos nas principais rádios do Brasil, nos quais pretensos "padres americanos", na verdade agentes da CIA infiltrados na igreja católica, chefiados por Patrick Peiton, diziam que a "Virgem Maria os havia enviado ao Brasil para salvar o país de vocês do comunismo."
 
7. Finalmente, aliados a alguns generais brasileiros e chefiados por Lacerda, então governador da Guanabara e pelo embaixador americano Lincoln Gordon, em 1º de Abril de 1964, eles derrubaram, com o total apoio dos seus veículos de comunicação, não apenas o presidente trabalhista, João Goulart, mas o regime democrático.
 
8. Entre outros "crimes", eles acusavam Goulart de defender a reforma agrária e principalmente por ter aumentado em 100% o salário mínimo, congelado por oito anos, o que era um sinal de que o presidente eleito "queria implantar o comunismo no Brasil".
 
9. Com seus rádios e TVs, num mesmo dia, eles convocaram uma "Marcha com Deus pela Democracia", que levou às ruas dezenas de milhares de pessoas, principalmente da classe média, para "pedir a intervenção dos militares". Tal como ocorre hoje em dia no Egito, no Brasil, na Turquia, através do "Facebook".
 
10. Para dar o golpe, eles e os generais revoltosos cometeram vários crimes. Entre eles o principal, de traição de sua pátria, conspirando contra seu próprio governo, dentro da embaixada americana no Rio de Janeiro, planejando o golpe com a ajuda de generais estadunidenses, chefiados por Vernon Walters, que era da CIA.
 
11. Para perpetrar o golpe, eles contaram com a ajuda do porta-aviões, dos navios e dos bombardeiros da Sétima Frota da Marinha dos Estados Unidos, deslocada do Caribe para dar apoio militar aos generais que traíram seus próprios camaradas de armas, como provam estas gravações entre o presidente estadunidense Lyndon Johnson e seus auxiliares.
 
12. Caso o golpe não tivesse sucesso, o comando da Sétima Frota recebeu, dos generais brasileiros aliados dos golpistas, as informações precisas sobre onde atacar as tropas que permanecessem leais ao presidente eleito.
 
13. Por meio de mapas e fotos aéreas, os golpistas apontaram aos militares americanos, onde estavam os quartéis dos nossos soldados, nossas baterias anti-aéreas e de artilharia de costa, cometendo assim um autêntico ato de traição à pátria.
 
14. Eles apontaram ainda como alvos principais que precisavam ser destruídos para minar a resistência do governo, a Refinaria Duque de Caxias da Petrobrás, a Usina Siderúrgica Nacional e a Fábrica Nacional de Motores, empresas estatais contra cuja criação, seu partido, a UDN, sempre havia se oposto "para não fazer concorrência com as empresas privadas", a grande maioria estrangeiras.
 
15. Após consolidado o golpe, eles e os generais que com apoio entusiástico de seus jornais haviam roubado o poder para "defender a Democracia com a Ajuda de Deus", traíram suas promessas e nunca mais realizaram eleições diretas para presidente, governador e prefeitos das capitais.
 
16. Eles fecharam o congresso, cassaram mandatos, prenderam prefeitos, vereadores, parlamentares adversários. A alguns como o deputado comunista Gregório Bezerra amarraram na traseira de um Jeep do exército e arrastaram meio morto, algemado, pelas ruas de Recife.
 
17. Eles implantaram o regime de exceção, que governava por decretos e não por leis, que seus jornais, rádios e TVs aplaudiram e louvaram por 21 anos.
 
18. A ditadura que eles apoiaram proibiu a existência de partidos políticos, estabeleceu a censura a livros, revistas, músicas, poesias, rádios e jornais que deveria aprovar antes, qualquer coisa antes de ser publicada. Centenas de jornalistas foram presos, torturados, mortos ou processados naquela época.
 
19. A ditadura que eles apoiaram, fechou milhares de sindicatos em todo o Brasil, cassou mandatos de senadores e deputados adversários, prendeu sem ordem judicial, sequestrou, torturou e matou seus opositores e qualquer pessoa que continuasse defendendo a democracia.
 
20. Em 1968, devido a manifestações estudantis muito menores do que as atuais, que eles classificavam de "perigoso atentado terrorista", eles aplaudiram o fechamento do congresso e a cassação do deputado federal Márcio Alves.
 
21. Eles interviram no Supremo Tribunal Federal, colocando lá, advogados ambiciosos que prestavam serviços às suas empresas, que agradecidos pela fama e pelos salários, não se importaram nada com as violências contra as instituições democráticas e os direitos individuais.
 
22. Eles sempre quiseram interferir na memória da juventude, sempre jogaram muito na alienação dos estudantes, na sua cooptação para que se esquecessem do que haviam presenciado . E principalmente no repúdio e no esquecimento dos jovens quanto à nossa música, à nossa cultura.
 
23. E aqui começa algo que iria se repetir ao longo de mais de quarenta anos: a sucessiva troca de nome dos partidos usados por eles.
 
24. A coisa funcionava assim: na medida em que o povo, nas eleições, os derrotava seus partidos, pois identificava a sua sigla com os que atuaram sempre contra os trabalhadores e a favor dos interesses de empresas e do governo dos Estados Unidos, eles mudavam o nome dos seus partidos.
 
25. UDN, ARENA, PDS, PFL, DEM, PSDB…Imagino que você já ouviu falar nesses nomes de partidos, é claro. Mas é sempre bom conhecer mais um pouco.
 
26. Uma vez que a UDN, seu primeiro partido, já tinha ficado conhecida pelo povo como partido que atentou contra a democracia e como partido dos golpistas, aliados das empresas americanas, eles trocaram seu nome e a velha UDN passou a chamar-se ARENA, ou "Aliança Renovadora Nacional".
 
27. Através de suas estações de televisão, eles promoveram uma verdadeira lavagem cerebral em massa, ganhando de uma só vez, centenas de concessões de rádio e TV, em todo o país, formando uma rede de veículos de comunicação.
 
28. Nos 21 anos que se seguiram, eles ganharam fortunas imensas, medidas em bilhões de dólares como pagamento da publicidade oficial que faziam dos governos da ditadura, sem qualquer tipo de licitação.
 
29. Através do emprego de equipamentos de televisão de ultima geração e do vídeo tape e com recursos quase ilimitados, eles passaram a produzir programas e telenovelas de qualidade muito elevada para a época, que passaram a hipnotizar a classe média.
 
30. Nas eleições eles sempre apoiaram descaradamente a ARENA, que era a antiga UDN. Faziam isso como hoje em dia, sem nenhuma preocupação em manter um mínimo de imparcialidade. Eles simplesmente ignoravam a existência do único partido dede oposição que era permitido, que era o MDB.
 
31. Nas eleições para vereadores e deputados, as únicas permitidas, os candidatos ou qualquer um que criticasse o governo era simplesmente preso, torturados e vários simplesmente desapareceram. Muitos foram mortos sob tortura e seus corpos jogados do alto de aviões, sobre o mar.
 
32. Assim mesmo, a partir de 1974, a máscara começou a cair e a ARENA começou a ser reconhecida como o partido da ditadura e então para tentar enganar os eleitores eles mudaram seu nome, que já tinha sido UDN, agora para PDS ou "Partido Democrático Social".
 
33. Em 1978, quando através de greves e manifestações os trabalhadores protestaram contra o arrocho salarial, eles ficaram contra os trabalhadores e a favor da repressão aos operários. Suas emissoras de TV mostravam Lula e os trabalhadores em greve como terroristas, bandidos e arruaceiros e aplaudiram sua prisão e o fechamento dos sindicatos paulistas.
 
34. Em 1979, quando Lula propôs a criação de um partido da classe trabalhadora, eles com seus veículos de informação fizeram de tudo para impedir, ridicularizando a iniciativa e dizendo que nunca isso seria possível, já que seus membros seriam ignorantes, incultos e semi-analfabetos.
 
35. Quando em 1986, a população saiu às ruas em todo o país para exigir a realização de eleições diretas para presidente e governadores, eles simplesmente não transmitiam nenhuma imagem, nem noticiavam nenhuma manifestação.
 
36. Sabendo que não iriam poder manter aquela situação por mais tempo, e vendo que haveriam eleições diretas eles trocaram novamente o nome do seu partido, que de PDS, passou a chamar-se PFL – "Partido da Frente Liberal".
 
37. Para auxiliar o PFL, que já nasceu muito "manjado" como partido da ditadura, eles criaram outro partido, chamado PSDB, chefiado por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo que também era financiado pela Agencia Central de Inteligência, como contou a escritora Francis Stonor Sauders em seus livro "Quem pagou a conta?"
 
38. Em 1989, eles criaram a figura de Fernando Collor como o Caçador de Marajás, apoiando sua campanha de forma descarada, pois ele mesmo era um membro de sua rede de TVs.
 
39. Quando Lula enfrentou Collor nas eleições em 1989 e chegou ao segundo turno, eles editaram o debate na TV, retirando partes onde Collor foi mal e retirando os momentos onde Lula foi bem.
 
40. Nas quatro eleições presidenciais em que Lula concorreu, eles ficaram abertamente a favor de Color, FHC e Serra.Na ultima eleição, eles ficaram contra Dilma, com todas as suas televisões apoiando Alkmin e forma mais uma vez derrotados.
 
41. O PFL, seu partido, ficou tão desmoralizado que só ganhou as eleições para governador em um único Estado. E de nada adiantou, mais uma vez, eles terem mudado seu nome para Democratas, ou DEM, pois o povo, com a ajuda da internet, começou a seguir seus passos nessa floresta de siglas e nomes de partidos que eles criaram para confundir o povo.
 
42. Mas eles nunca desistem. Derrotados nas urnas a cada dois anos desde 2002, com seus lideres e seus partidos totalmente desacreditados, eles tentam novamente, sempre contando com apoio decidido da Agencia Central de Inteligência e do Governo dos Estados Unidos.
 
43. O governo americano e suas empresas monopolistas não admitem que o Brasil tenha crescido do 10º para o 6º lugar entre as maiores economias do mundo, nem que sejamos os maiores produtores de vários produtos industriais e agrícolas do mundo. E nem que tenhamos um governo que não obedeça a tudo que eles mandam.
 
44. Eles e seus patrões americanos não suportam a ideia de que um metalúrgico e uma ex-guerrilheira tenham colocado 1,5 milhão de jovens pobres nas universidades e construído 240 escolas técnicas federais, criando 18 milhões de empregos em dez anos.
 
45. Eles e seus patrões americanos não suportam a ideia de que apenas esses dois presidentes tenham tirado 28 milhões de pessoas da miséria absoluta com o Bolsa Familia e 31 milhões tenham passado da pobreza para a classe média.
 
46. Mas os tempos são outros. Agora, na era da informática e da internet, em todo o mundo, basta ver os telejornais para perceber que eles não usam apenas tanques de guerra, soldados, nem só jornais, rádios e TVs para derrubar governos.
 
47. Manejando programas de internet como "Facebook" desenvolvidos por encomenda do próprio governo dos Estados Unidos, eles tentam agora, derrubar a Presidenta Dilma.
 
48. Em vez de usar tanques de guerra e a sétima frota da Marinha Americana, eles agora tentam um golpe de tipo novo, com ajuda de programas que também são encontrados em versões comerciais, que simulam serem autênticos, mas que enviam de um único computador milhares de mensagens por minuto.
 
49. Percebendo que iriam perder as próximas eleições em 2014 eles pretendem tornar realidade mais uma vez, seu velho sonho: como seus partidos estão desmoralizados, querem acabar com os outros partidos políticos e implantar a sua ditadura mais uma vez.
 
50. E novamente, dar um golpe de estado, novamente com a ajuda da CIA, que criou o Facebook e os sistemas usados como ferramenta de controle e de mobilização de milhares de pessoas "adicionadas", que recebem mensagens de "seus amigos", sem saber que podem não ser verdadeiras, como denunciaram Julien Assenge e Edward Snowden.
 
51. No "Facebook" pessoas identificadas com eles dizem que querem acabar com os partidos políticos.
 
52. E que querem criar uma "Democracia Direta", que funcionaria pela internet, através do "Facebook". Eles querem que Dilma renuncie, que os partidos sejam fechados.
 
53. Em vez de eleições diretas, votação pela internet. Em vez de Congresso Nacional, votação pela internet. Mas qual a garantia de segurança e autenticidade da votação?
 
54. Isso "eles" não explicam.
 
55. O único partido admitido seria o "Partido do Facebook", como se em qualquer lugar não se pudesse comprar e baixar programas que votam dezenas de vezes em qualquer "pesquisa", que enviam milhares de mensagens automáticas em nome de milhares de pessoas diferentes.
 
56. Eles querem que acreditemos que quem não defende o "Feicismo" é antiquado, "careta" e atrasado. Eles querem incentivar inúmeros conflitos no seio do povo, jogando jovens contra "velhos". Querem jogar evangélicos contra gays. Querem jogar os que são a favor do aborto contra os que são contra o aborto. Eles querem dividir o povo e desviar a atenção das verdadeiras questões.
 
57. Por exemplo, na questão do transporte coletivo, eles e seus meios de comunicação nem tocaram na questão do excessivo e abusivo lucro e sinais exteriores de riqueza das empresas que dominam, por meio de cartéis fechados, o negócio em cada capital do país.
 
58. Eles estimulam através do "Feice" e da televisão, cenas de violência, de preconceito, de intolerância. Enquanto isso tentam manipular e orientar as manifestações de rua através do "Anonymous", uma empresa privada, com sede em Londres, criada pela CIA para contratar jovens de classe média entusiasmados com computadores e jovens desempregados do terceiro mundo.
 
59. É preciso reagir a essa tentativa da inteligência militar norte-americana, inglesa e israelense de manipular os movimentos de rua, divulgando informações verdadeiras.
 
60. Eles devotam um ódio irracional contra Lula por não poderem admitir que um operário tenha em oito anos, criado mais de 15 milhões de empregos, tirado 28 milhões de pessoas da faixa da miséria e passado 31 milhões de pessoas da pobreza para a classe média.
 
61. Eles estimulam o preconceito racial, o ódio religioso, o preconceito contra nordestinos e todo tipo de pensamento que seja mesquinho, egoísta, conservador e reacionário.
 
62. Reparem como eles propagam o ódio ao Brasil e o elogio a tudo que venha dos Estados Unidos ou da Inglaterra. Eles estimulam a que tenhamos vergonha de sermos brasileiros, que não tenhamos em nós qualquer traço de patriotismo, que consideram coisa atrasada. Mas que sempre elogiam e admiram nos americanos.
 
63. Eles estão agora no Brasil, atacando o Brasil através de agentes brasileiros contra as nossas conquistas, contra a democracia, contra qualquer coisa que seja brasileira, são contra qualquer política social compensatória como o Bolsa Família, que mantem as crianças nas escolas e vacinadas, propiciando mais dignidade a milhões de famílias, principalmente aquelas dirigidas por mulheres.
 
64. Eles são contra as cotas sociais e raciais nas universidades, que já permitiram que mais de um milhão e meio de jovens pobres e descendentes de vítimas da escravidão, tivessem condição de formar-se médicos, engenheiros, advogados, etc.
 
65. Aproveitando a lavagem cerebral promovida pela TV durante esse 50 últimos anos, bem como a falta de qualquer preocupação do governo e do PT em dar educação política ao povo, em ter qualquer meio de comunicação que não esteja sob o controle do capital americano, inglês ou israelense, eles querem culpar Lula, Dilma e o PT pelo enorme atraso do Brasil. Que por ironia, são exatamente aqueles que mais fizeram pela diminuição dessas desigualdades.
 
66. Trabalhando para eles, comandados por eles, vicejam dentro do "face" inúmeros agrupamentos que usam o "charme da clandestinidade" para atrair os incautos e os mais distanciados da realidade. Será que alguém ainda acredita que um grupo de valentes cidadãos anônimos teria tanto dinheiro e recursos para produzir centenas de vídeos contra o governo brasileiro como o tal "Anonimous"?
 
67. Alguns grupos são extremamente preparados, controlados de fora do país como o "Anonymous", formado pela CIA, pelo Mossad e pelo M-16, os serviços secretos de Israel e da Inglaterra.
 
68. Usando jovens mascarados, são eles que tentam conduzir e direcionar as manifestações e com a ajuda da TV e de vídeos postados no Youtube, impor a elas suas palavras de ordem e as suas pautas, bem como sugerir seus trajetos, estimular os atos de violência.
 
69. Será que a essa altura, você já sabe quem são "eles"?
Parabéns!
 
Se souber, você já passou para o outro nível de nosso Curso Breve de História.
Agora é só aguardar.
 
Rogerio Mattos Costa, de Madrid


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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dilma pode pegar o limão, fazer uma limonada e investir ainda mais no setor público.

 

Exatamente aquilo que seus opositores não fizeram quando eram governo e que, até agora, não queriam que ela fizesse...

Ivo Pugnaloni

Na ultima quinta, um empresário ideologicamente de direita com quem temos negócios me disse que "corremos o risco de Dilma se fortalecer ainda mais, pois se for mesmo viva como parece ser, pode aproveitar esse limão e fazer uma limonada".

Segundo ele, os protestos podem ser usados por ela como uma procuração para "queimar ainda mais dinheiro" em programas sociais e infraestrutura e menos no pagamento de juros maiores, para reduzir a inflação e aumentar a consistência da economia.

Depois de criticar o programa "Bolsa Família" e chamar "vagabundos" seus beneficiários, meu normalmente equivocado amigo disse que "deve ter gente do governo controlando a confusão". Prova disso seria não existirem ainda cartazes "Fora Dilma" porque, segundo ele, muitos ali estão corrompidos pela "Bolsa Esmola".

Em negócios, não se discute política, mas não pude deixar de concordar com meu colega.

De fato, é sintomático que, apesar do esforço dos âncoras por horas a fio, na TV, ao vivo, tentando virar o movimento contra Dilma, a presidenta após a onda de protestos, surge com mais poder ainda se quiser fazer mais obras até no último ano de mandato.

"Agora, - lamentou - , Dilma pode alegar urgência e pedir ao congresso mudança na lei 8666/93 que impede o inicio de novas obras seis meses antes e seis meses depois das eleições". Afinal, segundo ele, se a cada dois anos ocorrem eleições, o país deixa de trabalhar um ano para cada dois anos que trabalha...

Por outro lado, alegrando-se e vendo o "lado bom da coisa", ele disse que contando agora com a força das ruas, Dilma poderá exigir mais trabalho dos "aliados" que, nos ministérios, criam desgastes políticos para o governo e despesas enormes para o orçamento e para a sociedade.

Como exemplo ele citou o que aconteceu com as eólicas do Nordeste que foram concluídas sem que as linhas de transmissão estivessem prontas.

Eu tive que concordar, citando ainda o escândalo que é o fato das termoelétricas passarem a trabalhar dia e noite, custando 60 mil reais por minuto, elevando as tarifas da COPEL em inéditos 14%, devido ao mito de que "não podemos mais fazer hidroelétricas porque os índios não deixam".

Quando se sabe que não é nada disso, mas sim que a FUNAI não permite que os empresários desenvolvam negociações justas com os indígenas para cumprir o que diz a Constituição sobre sua participação nos seus resultados desses empreendimentos, alegando "falta de lei para realizar as oitivas dos indígenas".

Tal como no setor elétrico, se Dilma exigir mais empenho de seus ministros e transmitir ao vivo suas reuniões com os governadores, vários outros gargalos poderão ser solucionados, simplificando e agilizando as transformações que o povo já está cansado de esperar.

Nos casos da saúde, da educação, da infraestrutura as coisas também podem andar mais rápido agora, com a urgência imposta pelo "grito rouco das ruas".

Além disso, no congresso, as conhecidas manobras de obstrução da "base aliada" e da oposição para obterem mais cargos e mais emendas em troca da aprovação de projetos estruturantes, pode estar com dias contados se Dilma passar a transmitir esses encontros...

Democracia direta: se TV Brasil virar Big Brother Político", Dilma pode sair mais forte

Para amanhã Dilma convocou uma reunião de emergência de governadores e prefeitos das capitais. Ela disse que ouviu a voz das ruas e que vai usar essa voz como argumento claro para todos eles para assinar um pacto para fazer Brasil avançar, mais rápido, rumo à qualidade dos serviços públicos.

Dilma sabe que muita gente que acordou agora para a política não tem ideia de que tal como acontece com a Polícia Militar que é comandada pelos governadores e não por ela, também não é o governo federal que, pela Constituição, deve elaborar projetos de hospitais, de escolas, de bondes, de metrôs ou de trens, pois essa obrigação é dos estados e municípios.

Nesse pacto, se Dilma colocar a TV Brasil para comandar uma rede nacional que  transmita ao vivo suas reuniões, a Presidenta  vai poder mostrar que são os prefeitos e os governadores quem devem apresentar projetos para o governo federal investir mais em saúde, em educação, rodovias, etc.

Através de um verdadeiro "Big Brother" da administração pública, Dilma poderá marcar prazos de entrega desses projetos pelos governos estaduais e prefeituras, deixando claro para a população quem está ou não falhando.

Se prefeitos e governadores, não apresentarem projetos viáveis, ela, Dilma, vai poder mostrar "ao vivo" nessas reuniões do "pacto" que ela não pode intervir nem tem como destinar recursos em qualquer área.

Se Dilma aproveitar a onda de protestos para dar mais transparência ao governo federal, usando mais as redes sociais como facebbok, twitter e principalmente da TV Brasil, ( que aliás, tem bom sinal e bom conteúdo em quase todas as capitais, mas nenhuma publicidade de que já está funcionando, sendo quase "clandestina") podemos assistir até quem sabe, mais um passo rumo a um tipo de "Democracia Direta".

Resposta correta à crise de legitimidade dos poderes constituídos que estamos assistindo.

 

Fazer corpo mole para ganhar eleições: um jogo que pode acabar

É fora de dúvida que alguns governadores e prefeitos eleitos por partidos contrários ao governo Dilma, fazem exatamente isso, deixam de apresentar projetos, pois para eles, eleitoralmente, "quanto pior, melhor".

Ou apresentam projetos "furados", com erros conceituais, para provocar atrasos e ir empurrando com a barriga, evitando que as obras comecem, e que ela, Dilma, cresça ainda mais nas pesquisas.

É por isso que volta e meia escutamos aqui e ali,  que alguns prefeitos e governadores "perderam recursos federais", por deixarem de apresentar projetos. Tivemos dois casos recentes, aqui no Paraná.

De quebra, Dilma ainda disse que "vai passar o rodo" de novo, institucionalizando e tornando permanente o combate constante à corrupção.

Ou seja: quem contava com uma multidão inconsciente para propor o "impechmant" da Dilma, como fez com Collor, pode se enganar, desta vez.

A maior parte da multidão, em seu inconsciente coletivo,  sabe que nunca antes viveu com mais dinheiro no bolso, com mais recursos para poupar e investir do que nos últimos dez anos.

E que Dilma, de longe, é muito melhor e mais confiável para eles do que todos aqueles que a antecederam e que claramente, tentam manipular os protestos, sonhando em voltar ao Planalto.

CNBB e OAB querem um milhão de assinaturas pela reforma política. Será que "Dilma pode estar por trás disso" também?

Apesar dos resultados de uma inédita pesquisa eleitoral feita entre os manifestantes pela Folha de São Paulo, que favoreceu Joaquim Barbosa, a Dilma com sua firmeza diante do vandalismo, pode ainda ter ganhado milhões de votos junto à classe média, que não gosta desse tipo de coisa.

Amanhã também, OAB e CNBB se reunirão para deflagrar uma campanha pela reforma política que promete reunir um milhão de assinaturas a favor da reforma política e isso pode ser o maior saldo das manifestações.

A reforma política, ao acabar com as "doações bilionárias" aos chefes dos partidos do governo e da oposição, pode acabar com o controle de ferro que esses personagens exercem na vida dos partidos e dos eleitores.

E se Dilma quiser passar à História do Brasil como uma grande presidenta, pode entrar de cabeça nessa campanha.

E como militante política que é, pode ir para as ruas também, não só sendo a primeira a assinar esse abaixo-assinado, mas indo junto com a multidão, levá-lo ao Congresso para sua aprovação.

"Ou não", como pontifica sempre o iluminado músico patrício, Caetano Veloso.

 


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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Acordo Secreto EUA - EU, dá Fim aos Estados Nacionais

URGENTE: IMPEDIR O ACORDO SECRETO ENTRE EUROPA E ESTADOS UNIDOS!

Jean-Luc Mélenchon (ex-Ministro francês, ex-Senador, Deputado da UE e fundador do Partido de Esquerda)

Por Jean-Luc Mélenchon, do "Parti de Gauche", França, sob o título original "Vertige du moment, des faits et des mots". Excerto traduzido e comentado pelo "pessoal da Vila Vudu" e postado no blog "Redecastorphoto"

(Entreouvido na «Vila Vudu»: Esse é o quadro planetário em que entra o Brasil - 2013-2014 – estridentemente silenciado em TODOS os jornais e televisões privadas brasileiras. A violenta campanha da tucanaria da privataria associada aos veículos da imprensa-empresa contra a reeleição da presidenta Dilma também se inscreve nesse quadro planetário. E, nesse quadro, sim, toda a tucanaria da privataria e seus veículos associados farão QUALQUER COISA pra eleger QUALQUER CANDIDATO SEU, mesmo que seja candidato raspa-de-tacho, keném o panaca do Aécim, sub-do-sub da irmã (porque não conseguiram candidato melhor).

Faço aqui, para vocês, um relato do essencial, depois de Estrasburgo[reunião da Comissão Europeia, nos dias 21-23/5/2013]. Trata-se, sobretudo, do sinal de partida para o grande negócio deste novo século na Europa: a anexação, pelos EUA, de nossas democracias europeias já fracassadas. São as primeiras negociações com vista à constituição de um livre mercado único, transatlântico, desregulado. Anos e anos de sinais de alerta não serviram de nada. O espesso tapete midiático-político abafou os ruídos do bote que dão, contra a Europa, os trusts ianques. Agora, depois de anos de discreta preparação, a coisa começa a andar.

A partir de uma simples declaração de Obama, aprovada por Merkel, depois de uma visita tão solene quanto apenas formal dos androides Van Rompuy e Barroso, a máquina começa a rodar. A Comissão Europeia vai-se autoatribuir o direito de representante para negociar. A negociação começa em julho. Hollande está entre os ausentes premiados. Quanto a Ayrault… Sabe-se lá! E os jornais e televisões, ditos «meios de comunicação»? QUEM?!

Divido essas notas em duas partes: uma apresenta, resumidamente, o conteúdo do Tratado; a outra analisa o contexto das forças políticas em relação ao mesmo tema.

Convido enfaticamente meus leitores a apropriar-se do problema. Para tanto, comecemos por conhecer os fatos. Este [texto] postado visa a ajudar nessa tarefa. Mas há também o livro editado por nós, que vocês encontram aí, na coluna à esquerda [1] neste blog. Seja como for, esse negócio sobrecarregará nossa atividade política nos próximos meses e, sem dúvida, durante anos.

Não é possível combater, sem formar opinião esclarecida sobre a questão.

É preciso, pois, começar imediatamente um trabalho de educação popular de massa, para que muitos entendam do que, de fato, se trata. Espero que nosso partido chegue ao poder a tempo de fazer gorar esse plano. Foi o que aconteceu na América do Sul. A chegada ao poder de amigos nossos conseguiu mandar para o lixo a ALCA, tratado equivalente a esse [EUA-UE], no último momento. Seja como for, é preciso começar a trabalhar ativa e imediatamente.
 (…)

UMA VELHA CONSPIRAÇÃO MERCANTIL

O «prato de resistência» dessa sessão foi a votação de uma Resolução sobre o mandato da Comissão Europeia na negociação que se inicia para a construção de um grande mercado único entre os EUA e a União Europeia [UE].

Em 2009, editei uma brochura que circulou muito, sobre tudo isso. Alertei sobre os perigos desse Grande Mercado Transatlântico que se trama já há dez anos pelas costas dos eleitores e dos povos. Um total silêncio nos jornais e televisões, e uma prudente omertà dos partidos que participam desde o início dessa discussão, conseguiram ocultar completamente dez anos de discussões preliminares.

Esse vasto projeto de liberalização das trocas comerciais e dos investimentos está sendo agora acelerado – aceleração espetacular – sem que nenhum eleitor europeu tenha votado coisa alguma. Não por acaso.

Nenhum partido candidato ao governo de nenhum país europeu jamais incluiu essa discussão em suas respectivas plataformas eleitorais – nem, como se sabe, os socialistas franceses à François Hollande.

No início do ano, denunciei que Obama estava relançando o mesmo projeto , movimento imediatamente aprovado por Merkel. Os arcanos da União Europeia debatem, portanto, em segredo, um mandato para eles mesmos, que receberão dos 27 ministros do Comércio à Comissão Europeia, no próximo dia 14 de junho.

As negociações começaram este ano, no verão! A existência desse projeto para autorizar esses negociadores e a negociação está bem demonstrada e comprovada, com data de 13 de março, na página Web do «Conselho da União Europeia», no documento de número 7396/13. Mas é documento secreto! Na página, lê-se «não acessível». Dado que vários tratados dão à Comissão Europeia competência exclusiva para legislar sobre matéria comercial, o Parlamento Europeu não tem poder algum para limitar esse mandato. Mas, de fato, a coisa nem existe oficialmente. Os deputados europeus estão proibidos de LER os documentos. O Parlamento Europeu pode, no máximo, manifestar-se em geral sobre essa negociação, via uma «resolução», exatamente como vota, quase sempre, questões sobre as quais os deputados nada podem decidir. Assim se devem interpretar as resoluções votadas em Strasbourg dia 23 de maio, sobre as quais escrevi em meu blog europeu.

Graças ao jornal "L'Humanité", esse projeto de mandato secreto – que só foi distribuído em inglês – pôde afinal ser conhecido, esta [última] semana. A matéria está em: "Exclusif. Humanite.fr publie les bases de travail pour l'accord de libre-échange transatlantique".  

Nenhum veículo da imprensa-empresa dominante, até agora, deu qualquer atenção à amplidão da negociação que se anuncia. No máximo, fala-se de um debate aberto há dez anos, sobre o lugar do audiovisual e a exceção cultural que há no acordo. Mas o mandato secreto que está para ser votado secretamente na Comissão Europeia prova e comprova que todo o conjunto da economia e todos os serviços públicos em toda a Europa estão às vésperas de enfrentar nova onda de liberalizações [e a correspondente privataria], caso esse acordo seja assinado.

O que faz François Hollande nessa hora? Nada! No máximo, «informa-se» passivamente sobre o que Barack Obama e Angela Merkel decidam. Na reunião dos dias 7-8 de fevereiro, o Conselho Europeu declarou-se, literalmente, com o aval de Hollande, que não disse palavra, «a favor de um acordo comercial global entre a União Europeia e os EUA».

E desde 13 de fevereiro, sempre sem que Hollande dissesse coisa alguma, é em Washington que o nome do novo acordo foi selado por Barack Obama com Barroso e Van Rompuy. Por baixo da mesa!

O projeto se chamará «Acordo de Parceria Transatlântica para o Comércio e o Investimento», do qual só se fala sob uma sigla secreta, em globalês, «TTIP» (Transatlantic Trade and Investment Partnership). Obama e os dois dirigentes não eleitos da União Europeia definiram o objetivo do acordo: «acelerar a liberalização do comércio e do investimento». Nesses termos, a autoridade para negociar em nome de todos os países europeus será entregue à Comissão Europeia, definitivamente, dia 14 de junho próximo, pelo Conselho de Ministros do Comércio. «Legalizado» o negócio, e com o mandato para negociar outorgado à Comissão Europeia, as negociações finais poderão acontecer à margem da reunião do G8, dia 17 de junho, como propôs o britânico David Cameron. E Hollande... mudo. Não disse uma palavra sobre nada disso, ele, que representará a França na reunião do G8.

Tudo isso anda muito depressa. Tudo poderia passar completamente despercebido, como sempre, e os veículos da imprensa-empresa continuariam na tarefa de tudo esconder. Mas os amigos da cultura europeia reagiram.

Já comentei a catástrofe que esse acordo atrairá para o mundo do cinema europeu. O pessoal reagiu com firmeza. Até agora, o cinema europeu é o único setor que já se manifestou. As atividades do cinema europeu são efetivamente protegidas na Europa por mecanismos de incentivo público, mas também por leis de difusão, como as quotas obrigatórias para canções em francês, ou a obrigação de exibir número mínimo de filmes franceses. Do ponto de vista da liberalização do comércio, como pretende o acordo, todas essas leis de proteção ao cinema francês são obstáculos a serem eliminados. Mas, na verdade, todos os setores de atividade serão atingidos.

De início, houve os que usaram a batalha pela «exceção cultural» para mascarar a aceitação do resto do texto; para usá-lo como árvore que oculta a floresta das liberalizações&privatarias. A lei secreta preparada pela Comissão Europeia fixa, como objetivo, a constituição de um «mercado transatlântico integrado». Visa à «liberação do comércio de bens e de serviços e de investimentos, com especial atenção à supressão de barreiras regulamentadoras inúteis». Exige que o acordo seja «muito ambicioso, indo além dos compromissos de liberalização da OMC». Vocês entenderam bem? [2]

Consideremos a coisa mais de perto. Essa operação de neoliberalização geral tem vários aspectos. Começa pela «supressão total dos direitos de alfândega» sobre produtos industriais e agrícolas. Só no item «tarifas», o acordo já é prejudicial aos europeus. Segundo os números da Comissão Europeia, a taxa média de direitos de alfândega é de 5,2% na União Europeia e de 3,5% nos EUA. Significa que, se as taxas caírem a zero, os EUA levam vantagem superior a 40%, na concorrência com a União Europeia. Essas vantagens para produtos fabricados nos EUA será ainda maior por causa da fraqueza do dólar em relação ao euro. Assim, só considerado o item quantitativo, o acordo será verdadeira máquina de exportação de empresas e postos de trabalho. O que agravará o desemprego na Europa. Até a Comissão Europeia reconhece, meio envergonhadamente, no estudo de impacto que encomendou, que o tratado provocará «queda importante» da atividade econômica e do emprego no setor metalúrgico. No setor metalúrgico?!

Há, em seguida, o aspecto não tarifário do acordo. Não só a produção sofrerá, mas haverá impacto também sobre o conteúdo das leis nacionais europeias. O projeto fala de «reduzir o peso dos custos resultantes de diferenças na regulamentação» . Propõe «buscar novos meios para impedir que as barreiras não tarifárias [quer dizer: as leis] limitem a capacidade das empresas europeias e norte-americanas para inovar e competir em melhores condições nos mercados mundiais». Barroso explicou que «80% dos ganhos que se espera obter do Acordo virão da redução do peso das muitas leis e da burocracia». Significa que os androides da Comissão Europeia veem nesse acordo a chance de avançar ainda mais, em relação ao que já temos hoje, na desregulação. O que os incomoda é «o peso» da lei.

Para liberalizar o acesso aos mercados, a União Europeia e os EUA terão de impor suas leis em todos os setores, porque qualquer norma «protecionista» (que não seja de proteção da indústria e do agrobusinessnorte-americanos) é considerada obstáculo ao livre comércio. Ora bolas! Diferente do que dizem a Comissão Europeia e seus papagaios de repetição liberais e sociais-democratas no Parlamento Europeu, os EUA e a Europa não têm «normas de rigor análogo em matéria de emprego e proteção ao meio ambiente». A verdade é que os EUA fogem hoje de todos os enquadramentos do direito internacional em matéria ecológica, social e cultural. Não assinaram várias convenções importantes da OIT sobre direitos do trabalho. Não aplicam o «Protocolo de Quioto» contra o aquecimento global. Recusaram a convenção pela biodiversidade. E recusaram também as convenções da UNESCO sobre diversidade cultural. Todos esses documentos foram subscritos por países europeus. A regra praticamente geral, que se aplica praticamente sempre, é que leis norte-americanas nesses assuntos são mais frouxas que as leis europeias.

Um mercado comum com os EUA à frente, e desregulamentado, puxará cada vez para mais baixo toda a Europa. Se se precisar de exemplo do espírito dos conglomerados norte-americanos, um bom exemplo vem de Bangladesh. Os conglomerados europeus acertaram-se para discutir normas que, segundo eles, impediriam que se repetisse o horror que se viu em Bangladesh. Os conglomerados ianques não querem nem ouvir falar em discutir coisa alguma. Regulações? Nem pensar. Considerem-se, portanto, todos, bem avisados. (...)

E a agricultura! Aí, o horror é total. O acordo exporia os europeus a deixar entrar o pior que é produzido pelo agronegócio norte-americano: carne com hormônios, aves lavadas com cloro, organismos geneticamente modificados, animais alimentados com farelo animal contaminado. E, isso, sem falar que os EUA têm o mais falho sistema de traçabilidade do planeta. Não conhecem, sequer, «indicações geográficas protegidas». Para eles, apelações como Bourgogne ou Champagne são substantivos genéricos, cujo uso deve ser livre. É o que basta para poderem vender vinho «Champagne» produzido na Califórnia. E por aí vai. Vai agradar muito à ministra da Universidade, de Hollande: fala inglês e beberica Bordeaux do Tennessee!

E TEM TAMBEM, E CLARO, A PRIVATARIA!

Mas não acabou. O projeto de acordo traz outras más notícias. Lê-se ali que a negociação tratará também da «política de concorrência, incluindo dispositivos sobre concentrações, fusões e falências». E os que esperavam que os serviços públicos seriam protegidos, lá está, bem claro, que «o acordo abrangerá os monopólios públicos, empresas públicas e empresas de direito específico ou exclusivo». O acordo visa, ainda, à «abertura dos mercados públicos em todos os níveis: administrativo, nacional, regional e local». Estão tontos ?! Pois o delírio continua.

O acordo diz, claramente, que lutará contra o impacto negativo de barreiras como «critérios de localização». É quase inacreditável. Por exemplo: será «ilegal» criar circuitos locais, curtos, de autoabastecimento de coletividades locais.

Como já se adivinha, o aspecto financeiro é o principal, no espírito dos promotores do TTIP. Cobre tudo, em matéria de investimento e finanças. Em matéria de investimentos, o acordo visa a alcançar «o mais alto nível de liberalização existente nos acordos de livre troca». Medidas específicas de «proteção aos investidores» serão negociadas, incluindo «um regime de conciliação dos contenciosos entre os Estados e os investidores».

Por trás dessas fórmulas obscuras, trata-se de dotar os investidores de direitos especiais e de procedimentos preferenciais supranacionais, pondo-os em posição superior às leis e aos direitos dos Estados. É a mesma lógica que se viu no «Acordo Multilateral sobre Investimentos», AMI, que os EUA tentaram impor em 1998 [3] e que foi abandonado sob pressão de mobilizações populares e porque a França o rejeitou declaradamente. [4]O acordo que Jospin espantou para longe, volta agora pela janela. E, agora, François Hollande está de acordo!

Mais uma boa notícia para a grande finança: o projeto favorece uma «liberalização total dos pagamentos correntes e das movimentações de capitais». É um maná para as praças financeiras anglo-saxônicas menos regulamentadas e mais especulativas. Os gigantes norte-americanos do crédito hipotecário poderão, assim, vender seus papéis podres na Europa, nas mesmas condições sob as quais os vendem nos EUA. Que benfeitores!

Como já expliquei, acordo desse tipo com os EUA seria erro geopolítico histórico. Ao longo dos últimos 10 anos, o Império viu todos os seus esforços de liberalização do comércio mundial serem sistematicamente bloqueados na Organização Mundial do Comércio, OMC, pela resistência crescente dos países do Sul. Então, o Império lança olhos para a Europa.

A Europa produz 50% da produção mundial. Aqui, portanto, os EUA tentam reconstituir sua dominação, que hoje cai aos pedaços na competição contra a China. Trata-se para eles, simplesmente, de impor a lei norte-americana a todo o mundo. [5] O projeto em construção na Comissão Europeia não faz segredo do que está fazendo: diz que as regras comuns a serem fixadas para Europa e EUA deverão «contribuir para o desenvolvimento de regras mundiais». Em resumo, é acordo que amadureceu ao mesmo tempo que a teoria do «choque de civilizações», teoria da qual é a tradução geopolítica.

TEMOS DE FAZER GORAR O GRANDE MERCADO TRANSATLÂNTICO

O Parlamento Europeu, até agora, decidiu que a Comissão Europeia é representante europeia para inventar o tal «Grande Mercado Transatlântico». Que fique bem claro: o texto elaborado pelo Parlamento Europeu não tem qualquer valor de lei, ou normativo. É o projeto de uma resolução. Examinemos o contexto político em que estamos, porque é fator decisivo para o que proponho adiante.

Os sociais-democratas capitularam. Não. Eles estão eufóricos, entusiasmadíssimos. O relator acaba de declarar que conta com esse grande mercado para «reindustrializar a Europa»! É de dar vergonha! Na sequência, repete o discurso confuso desse tipo de político: «traçar linhas vermelhas», «negociar com firmeza» e o blá-blá-blá de sempre. Consternador. O presidente da Comissão de Comércio é socialista. E festeja que as negociações estejam começando. Diz que não é necessário abandonar a discussão de alguns aspectos, como o aspecto cultural do acordo. Resumindo: para ele, está ótimo! Não fosse a intervenção do socialista francês Henri Weber, os socialistas já estariam falando como perfeitos sociais-democratas! O que mais me espanta é que, para eles, o acordo é perfeito. O tal grande mercado só traria benefícios. Sequer uma suspeita, uma, que fosse, ante a propaganda da Comissária, que garante crescimento de 2%, a partir do momento em que inventarem o tal grande mercado. E desconfiar, aí, é absolutamente necessário. Se somássemos todos os «crescimentos» que nos prometem em cada acordo que assinam, a França já teria crescido duas Chinas!

Aqui, o acanalhamento dos sociais-democratas corresponde mais ou menos ao que se vê em todos os partidos nacionais. Os socialistas franceses são inexistentes. Já não têm influência nem sobre os próprios deputados. É resultado que tem tudo a ver com a grande variação de posições dentro da política europeia. Mas tem muito a ver, também, com a evidência de que estão presos sob dupla pressão. De um lado, há os deputados alemães, que dominam o grupo social-democrata. E cada vez mais atuam em coordenação absoluta e permanente com deputados alemães de outros grupos políticos. De outro lado, são pressionados pelo «Eliseu», interessado em firmar e avalisar qualquer acordo com o governo alemão. Há inúmeros sinais desse arranjo. Não há outra explicação possível para o voto inacreditável dos sociais-democratas contra a proposta de que o Parlamento Europeu debatesse a ajuda alimentar para povos europeus. Todos se lembram que a discussão foi suspensa, de fato, pelo governo alemão. No caso da negociação transatlântica, os alemães não estão muito preocupados. Os alemães não estão em concorrência direta contra os EUA nos setores vitais de sua economia.

Em termos gerais, eis o que vai acontecer. A social-democracia europeia não perderá o sono, passados os primeiros instantes de choque. Já abraçaram o acordo. O Partido Socialista francês vai concentrar-se exclusivamente em excluir do projeto o domínio do audiovisual. Se conseguirem alguma coisa, apresentarão qualquer coisa como enorme vitória; e todo o resto do projeto do Grande Mercado Atlântico será aceito. Todas as marionetes da [rua] Solferino [sede do Partido Socialista] tocarão trombeta sobre o assunto, para que todos engulam o tratado. A justa reivindicação de exceção cultural, será usada como cortina de fumaça.

Para os Socialistas, pior seria se se tivesse discutido a exceção cultural desde o início: seriam obrigados a combater todo o projeto de acordo, o que facilitaria a nossa vida. Seja como for, a luta dos que se opõem ao tratado UE-EUA contará com o apoio de vozes prestigiadas do campo cultural. Eles falarão sem parar enquanto durar a negociação. E nós também falaremos. Não há dúvidas de que, em pouco tempo, com a discussão posta na rua, os agricultores e as associaçãoes de saúde pública também entrarão no debate – porque todos esses rapidamente entenderão que também estão ameaçados.

Verdade é que toda a civilização europeia como a conhecemos foi construída sobre intervenções do Estado. E o que acontecerá quando os cidadãos, afinal, perceberem que a questão chave de todos os debates no Parlamento Europeu e na Comissão Europeia é sempre, e só, a Defesa e as grandes indústrias fabricantes de armas e armamento?

«Grande Mercado Transatlãntico» é a anexação da Europa pelos EUA. Que bandalheira! Nada restará de algum ideal europeu, com esse grande mercado. Nosso presente estará destruído e nosso futuro, em impasse. Que Europa restará, se já não se puder buscar harmonizar salários, ou impostos, e nenhuma cooperação for sequer pensável? A «livre concorrência» atropela todos esses projetos. Se os projetos europeus insistirem em não morrer, choverão sanções sobre eles... A prova desse funcionamento de coerção vê-se já no Canadá, já processado em bilhões de dólares por «entraves» que o país teria criado à «livre concorrência». Esse tratado de livre comércio transatlântico comandado pelos EUA decretará, se aprovado, a dissolução da União Europeia, que se liquefará no mercado único dos EUA.

Nós, os partidos de esquerda da Europa do Sul, sabemos que a palavra radical e o programa radical não vivem, um sem o outro. É hora de todas as táticas e estratégias de pressão, discussão e manifestações sem parar.

Nossos amigos da América do Sul conseguiram fazer gorar a ALCA, projeto semelhante pilotado pelos EUA. Temos de ter a mesma meta, sem descanso: fazer gorar o «Grande Mercado Transatlântico»!


NOTAS DOS TRADUTORES

[1]  Le grand marché transatlantique, Bruno Leprince Ed., Paris, 2012.
[2] A recente eleição do diplomata brasileiro Roberto Azevedo para dirigir a OMC, o qual tomará posse em setembro, muito mais do que indicar que "o mundo se curva ao Brasil potência" – como escreveram alguns mal-informados metidos a nacionalistas informadíssimos – indica, isso sim, que há grande número de países que se opõem ao TTIP e que se reuniram em torno do candidato que manifestava a posição desses países. Ali, esse grupo venceu com larga margem de votos. De fato, o que se vê hoje é gigantesca, planetária, queda-de-braço entre "o capitalismo versão ocidental, gerido por estado capitalista, e o capitalismo gerido por estado comunista (chinês)" (ver especialmente as p. 10-11, item 18, do texto do acordo que está em discussão, publicado por L'Humanité(em inglês). O Brasil está no meio desses dois blocos, tentando uma via própria, especialíssima, pacífica, negociada (Santo Darcy Ribeiro, nos ajude! Valha-nos São Chávez!) E os BRICS, além de muitos países «pequenos» ou «pobres» da OMC veem no Brasil hoje governado por nossos governos Lula-Dilma uma possibilidade de resistir a esse movimento de assalto pelas corporações norte-americanas. Isso também estará em disputa nas próximas eleições presidenciais no Brasil. Dificilmente se poderia pensar em eleição mais crucialmente importante para os dois lados: para os neoliberais da privataria e tucanaria udenista golpista (que tentam voltar ao poder no Brasil, para fazer reverter os avanços democráticos que o Brasil alcançou, e realinhar o Brasil, de cima a baixo, à banqueirada de Wall Street) e para os brasileiros que elegemos os governos Lula-Dilma (que precisamos preservar os avanços democráticos já conquistados, por pequenos que ainda sejam, mas, de fato, a qualquer preço e custe o que custar. E que, pelo visto, teremos de fazê-lo sem discurso político consistente e sem partido que preste).
[3]  Sobre esse AMI, ver em: "AMI – ACORDO MULTILATERAL DE INVESTIMENTO".
[4] "Para a obtenção de empréstimos internacionais do FMI e do BID, o governo FHC aceitou algumas regras que tinham sido propostas no "Acordo Multilateral de Investimentos" (AMI) mesmo ainda não aprovadas. O governo de FHC se comprometeu a não utilizar qualquer tipo de controle sobre investimentos, remessas de lucros e dividendos e o movimento de capitais. Garantiu a não adoção de qualquer política industrial ou comercial restritiva ao capital estrangeiro. Prometeu, também, a automática elevação da taxa interna de juros, em caso de perda de reservas ou aumento da inflação, e permitiu que o FMI tivesse o controle informal das nossas políticas monetária e fiscal". (Associação dos Engenheiros da Petrobrás, em: "DIPLAPIDAÇÃO DA SOBERANIA".
[5]  Gosto de chamar esse acordo de "a nova OTAN" – disse Andras Simonyi, embaixador da Hungria na "Organização do Tratado do Atlântico Norte", OTAN (L'Humanité, loc. cit.)."

FONTE: escrito por Jean-Luc Mélenchon, do "Parti de Gauche", França, sob o título original "Vertige du moment, des faits et des mots". Excerto traduzido e comentado pelo "pessoal da Vila Vudu" e postado no blog "Redecastorphoto" 

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