terça-feira, 28 de julho de 2015

Receita ortodoxa do Levy não pode “dar certo” porque a crise, agora, é política


Fonte: http://tijolaco.com.br/blog/?p=28513">Tijolaço de Fernando Brito:

http://tijolaco.com.br/blog/?p=28513">Receita ortodoxa não pode “dar certo” porque a crise, agora, é política


Duvido que exista alguém de esquerda que, a esta altura, não desejaria avaliar como bem sucedida a política econômica implantada sob a batuta do Dr. Joaquim Levy.

E ela não está produzindo resultados porque, em si, seja algo estrambótico, distante das práticas mais comuns de início de Governo – cortar os gastos e melhorar as receitas, acumulando gordura para implantar suas ações.

O problema- “probleminha”, como diria o vice-presidente Michel Temer – é que é a legitimidade política de uma administração sagrada pelas urnas que dá ao governo recém-eleito a legitimidade para atravessar a “quadra amarga” e florir na seca como um ipê no cerrado.

A medida urgente na economia para o Governo Dilma é recuperar este fator que, por pressão da imprensa – que amplificou os fatos concretos e localizados da Lava Jato ao infinito, como se não houvesse nada além de roubalheira na administração da Petrobras e do País – e a aceitação desta situação pelo “republicanismo” do PT e do Governo deixaram se desfazer ao ponto de que nem aquilo que agrada o conservadorismo ter dele o apoio, exceto o “dinheiro já” da elevação das taxas de juros pública.

Não há nada de errado, pelos manuais, no que faz o Dr. Joaquim Levy.

E há muito de errado no que fez, antes e agora, o Governo Dilma na política.

O país não sairá deste “marasmo erosivo” sem que se pense “fora da caixa” e se adotem medidas capazes de recuperar a confiança no Governo.

Não aquelas que buscam a confiança de quem nunca confiou nele, porque “o mercado” não a tinha, não a tem e nem a terá.

A confiança, parece uma obviedade dizer isso, tem e ser recuperada entre aqueles que apoiaram Dilma e que estão atônitos com sua passividade diante dos fatos econômicos e políticos.

O Brasil não pode viver sem ter – e ver – um projeto de desenvolvimento definido e é ao Estado brasileiro que cabe – por insuficiência e estreiteza de nosso empresariado industrial – desempenhar o papel reitor nesta caminhada.

Que, é certo, pode se dar de maneira menos acelerada por algum tempo, mas que não pode deixar de ter o horizonte no olhar nacional.

Sem isso, olha-se para o chão e a economia, como uma bicicleta, só cambaleia e ameaça cair.

Em tempo:  nota das Centrais Sindicais pela mudança da política econômica:

Não à recessão, pela redução das taxas de juros

As centrais sindicais brasileiras – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB – vêm a público manifestar posição contrária à política econômica do governo, caracterizada pela elevação da taxa básica de juros e o aperto fiscal.

A taxa Selic atual já atinge 13,75% ao ano, que significa, confirmada a previsão de inflação dos próximos 12 meses, segundo o Banco Central de 6,10%, uma taxa básica de juros reais de alarmantes 7,2% ao ano. Enquanto isso, a taxa de juros nos EUA e no Japão é negativa e, na Europa, levemente positiva.
Essa política derruba a atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias e, mais, reduz a confiança e os investimentos dos empresários, o que compromete a capacidade de crescimento econômico futuro.

A indústria encontra-se, em termos de produção física, abaixo da média do ano de 2008. O comércio apresenta uma inflexão negativa consolidada após anos de crescimento. Os serviços já se encontram em trajetória de desaceleração e os investimentos, não só permanecem em trajetória de queda, como a piora sobre a percepção futura limita qualquer expectativa de recuperação no curto prazo. Nesse contexto adverso somente os bancos estão ganhando. Depois de acumularem lucros muito maiores em 2014 (o do Itaú foi 30% maior e o do Bradesco, 25%) a despeito da estagnação econômica geral, os balanços do primeiro trimestre de 2015 atestaram novos aumentos dos respectivos lucros.

Para as centrais sindicais abaixo assinadas, o aumento da taxa de juros tem sido ineficaz no combate a inflação, encarece o crédito para consumo e para investimentos, causa mais desemprego, queda de renda, piora o cenário de recessão da economia e ainda contribui para diminuir a arrecadação do governo. E mais, concentra cada vez mais renda nas mãos de banqueiros e especuladores financeiros.
Nós, representantes das principais centrais sindicais brasileiras, defendemos a imediata redução da taxa de juros e a implementação de uma política que priorize a retomada do investimento, o crescimento da economia, a geração de emprego, a redução da desigualdade social, o combate à pobreza e a distribuição de renda.

São Paulo, 27 de julho de 2015.

CUT – Central Única dos Trabalhadores
FS – Força Sindical
UGT – União Geral dos/as Trabalhadores/as
CTB – Central dos/as Trabalhadores/as Brasileiros
NCST – Nova Central Sindical dos/as Trabalhadores/as
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

A Construção do Brasil, a Defesa Nacional, o Petróleo e um insidioso ataque ao país

Moro tem mira certa: Petrobras
e programa nuclear!

O Moro vai chamar o embaixador americano para assistir à "delação" do Almirante Othon?

É isso o que a penca de traidores quer entregar: a base de submarinos em Itaguaí

 


Um juizeco de primeira instância, meia dúzia de policiais valentões de uma PF sediciosa e uns procuradores exibicionistas que ainda não fizeram a primeira comunhão decidiram entrar no âmago do Estado brasileiro e de seus mecanismos estratégicos centrais – e destrui-lo, em nome de uma suposta MORAL.

Pra isso, resolveram destruir a Petrobras.

E agora o programa nuclear brasileiro.

O Almirante Othon Silva não um brasileirinho qualquer.

Não é o ladrazinho baiano de meia tigela, mancumunado com o Cunha.

O Almirante Othon não pode ser grampeado no mictório!

Não pode ser vitima de um tri-delator ou de ladrões confessos.

Não pode ser moralmente torturado até confessar !

Confessar como funciona o sistema brasileiro de enriquecimento de urânio!

Othon Silva não é como, diz o Globo – traidor supremo – responsável pelo programa nuclear "paralelo".

Othon Silva é responsável por um dos mais importantes – e abertos, transparentes – programas de beneficiamento de urânio do mundo!

Submetido à AIEA, agência da ONU para energia nuclear !

Em Israel, o Almirante Othon seria um herói !

Nos Estados Unidos, na França, na Inglaterra, no Paquistão, no Irã.

Aqui, é tratado como um punguista !

É porque o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem urânio e sabe enriquecê-lo.

E isso não interessa a essa penca de traidores que está aí com a bandeira da ÉTICA na mão !

Othon Silva foi quem desenvolveu o programa nacional de beneficiamento de urânio, DEPOIS de, aluno bolsista no MIT, fazer a critica do programa nuclear alemão, o do Geisel.

Portanto, ao contrario do que dizem os trairas do Globo, ele não fez o programa "paralelo".

Othon desmontou o que pudesse existir de paralelo.

Othon é um herói da Independência do Brasil !

Para prende-lo ou coloca-lo sob suspeita nesse tribunal de Nuremberg que se instalou no PiG, é preciso tomar muito cuidado.

Tem que ficar muito bem provado.

Com provas.

E delação não é prova !

Não se pode submete-lo a uma delação qualquer, sob o chicote desses esbirros da Vara de Guantanamo.

Muito cuidado com o Almirante Othon, Moro !

Essa Vara está muito perto da fogueira.

Só no Brasil, Moro, você faria essa violência com um programa nuclear !

E deve ser por isso que o Moro vaza para o PiG os segredos empresariais da Odebrecht.

Porque a Odebcrecht é a empresa privada BRASILEIRA mais ligada ao programa nuclear BRASILEIRO.

A Odebrecht tem cinco mil homens em Itaguai, para construir o submarino a propulsão nuclear, o que só é possível porque o Almirante Othon soube desenvolver um sistema made in Brazil.

O Juiz Moro e esses coroinhas de Guatanamo vão fazer o que mais queria a Quarta Esquadra americana, estacionada em cima do pré-sal.

Quebrar a Petrobras, entrega-la à Chevron do Cerra  – e, de troco, fechar Itaguaí !

O PiG e essa Vara de Curitiba não sossegam enquanto nao desmontarem o Estado.

E o Estado brasileiro, no momento, está entregue a agentes inanimados, desvertebrados, impotentes por decisão própria, que contemplam essa desmontagem como fosse uma etapa indispensável à purificação dos costumes !

O Estado brasileiro está sendo desconstruído nas barbas dos brasileiros.

Por meia dúzia de irresponsáveis.

Os que estão fora do Estado – e dentro !

O Moro não sabia quem é o Almirante Othon ?

Vai querer obriga-lo a uma confissão ?

Vai chamar o embaixador americano, como se fazia no DOPS, em São Paulo, nos bons tempos do Dr Boilensen ?

Quando o cônsul americano assistia às atividades da "pianola" ?

Vai abrir os e-mails do Almirante Othon com o Estado Maior da Armada ?

This is an esculhambation !

Paulo Henrique Amorim

 


Leia também:
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Moro brinca com fogo: a Defesa Nacional

terça-feira, 7 de julho de 2015

Por trás da dívida Grega

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Thierry Meyssan: Por trás da dívida Grega
// Blog do Liberato

O debate actual sobre a dívida grega deu lugar a todo o tipo de ameaças, primeiro contra o governo Tsípras, depois contra os eleitores gregos. Abstendo-se de entrar numa discussão sobre a parte odiosa desta dívida, Thierry Meyssan analisa a campanha internacional contra a saída da Grécia da zona euro. Ele lança luz sobre o projecto histórico da União e do euro, tal como foi formulado, em 1946, por Churchill e Truman, para acabar por concluir que a Grécia está hoje em dia armadilhada pelo ambiente geo-político internacional e não pela sua situação económica.

Joseph Retinger, ex-fascista polaco(polonês-br) tornado agente britânico. Por ordem do MI6, fundou a European League for Economic Cooperation (Liga Europeia para a Cooperação Económica- ndT) da qual se tornou o secretário-geral. Nesta qualidade, ele foi o pai do euro. Em seguida, animou o Movimento europeu e criou o Clube de Bilderberg.

O referendo grego levou a debates acalorados na União Europeia que ilustram a ignorância geral sobre as regras do jogo. Os participantes estão divididos quanto a saber se os gregos foram ou não responsáveis pela sua dívida, velando sempre para jamais acusar os seus credores de usura. Mas fizeram-no ignorando, a este respeito, a história do euro e os motivos da sua criação.

O euro : um projecto anglo-saxónico da Guerra Fria

Desde o Tratado de Roma, há 64 anos, as sucessivas instâncias administrativas do «projecto europeu» (CECA, CEE, UE) gastaram somas colossais, e sem equivalente, para financiar a sua propaganda nos média (mídia-br). Diáriamente centenas de artigos, emissões de rádio e de televisão, são pagos por Bruxelas para nos contar uma falsa versão da sua história e nos fazer crer que o actual «projecto europeu» é o dos Europeus de entre-as-guerras.

Ora, os arquivos estão, no entanto, agora, acessíveis a todos. Eles mostram que, em 1946, Winston Churchill e Harry Truman decidiram dividir o continente europeu em dois: de um lado os seus vassalos, do outro a URSS e os dela. Para garantir que nenhum estado se desviaria da sua suserania, eles decidiram manipular os ideais da sua época.

O que se chamava então o «projecto europeu» não consistia em defender pretensos valores comuns, mas, sim, em fundir a exploração de matérias-primas e as indústrias da Defesa da França e da Alemanha, a fim de ter a certeza que estes países não poderiam mais fazer a guerra entre si (teoria de Louis Loucheur e do conde Richard de Coudenhove-Kalergi [1]). Não se tratava de negar as profundas diferenças ideológicas, mas de se assegurar que eles não se confrontariam mais pela força.

O MI6 britânico e a CIA norte-americana foram, então, encarregados de organizar o primeiro «Congresso da Europa», em Haia, em Maio de 1948, no qual participaram 750 personalidades (entre as quais François Mitterrand) de 16 países. Tratava-se, nem mais nem menos, do que ressuscitar o «projecto da Europa federal» (redigido por Walter Hallstein –-o futuro presidente da Comissão Europeia--- para o chanceler Adolf Hitler) com base na retórica de Coudenhove-Kalergi.

Várias ideias falsas devem ser corrigidas em relação a este Congresso.
 Em primeiro lugar, convêm recolocá-lo no seu contexto. Os Estados Unidos e o Reino Unido acabavam de declarar a Guerra fria à URSS. Esta replicou apoiando os comunistas checos, que conseguiram legalmente apoderar-se do poder durante o «Golpe de Praga» («Fevereiro Vitorioso», segundo a historiografia soviética). Washington e Londres montaram então o Tratado de Bruxelas que prefigura a criação da Otan. Todos os participantes no Congresso da Europa eram pró Anglo-Saxónicos e anti-Soviéticos.
 Em segundo lugar, quando Winston Churchill pronunciou o seu discurso, ele empregou o termo «Europeu» para designar os habitantes do continente europeu (mas não os do Reino-Unido que, segundo ele, não eram Europeus) que se afirmavam anti-comunistas. Fora de questão para Churchill, à época, que Londres aderisse à União Europeia, mas apenas que a supervisionasse.
 Em terceiro lugar, duas tendências vieram à tona no Congresso: os «unionistas», para os quais se tratava, unicamente, de juntar os meios para resistir à expansão do comunismo, e os «federalistas» que desejavam concretizar o projecto nazi de Estado federal, colocado sob a autoridade de uma administração não-eleita.

Walter Hallstein, um alto funcionário alemão, redigiu o projecto hitleriano de Europa federal. Tratava-se de destruir os Estados europeus e de federar as populações, por etnias, em torno do Reich ariano. O conjunto teria sido submetido à ditadura de uma burocracia não-eleita, controlada por Berlim. Após a Libertação, ele pôs em marcha o seu projecto com a ajuda dos Anglo-Saxões, e, tornou-se, em 1958, o primeiro presidente da Comissão europeia.

O Congresso catalogou tudo o que foi alcançado depois com os nomes sucessivos de CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço- ndT), CEE e de UE.

O Congresso adoptou o princípio de uma moeda comum. Mas o MI6 e a CIA tinham já fundado a Liga Independente para a Cooperação Europeia (Independent League for European Cooperation —ILEC) [2]—tornada Liga Europeia para a Cooperação Económica (European League for Economic Cooperation—ELEC) -. O seu objectivo era, uma vez criadas as instituições da União, passar da moeda comum (a futura Unidade de Divisa Europeia - ECU) para uma moeda única (o Euro), de tal modo que os países aderentes à União nunca mais a pudessem deixar [3].

Foi este projeto que François Mitterrand concretizou em 1992. À luz da história e da participação de François Mitterrand no Congresso de Haia, em 1948, é absurdo afirmar, hoje em dia, que o euro tenha tido uma outra finalidade. É por isso que, logicamente, os Tratados actuais não prevêem a saída do euro, forçando a Grécia, se assim o desejar, a ter de sair primeiro da União para poder sair do euro.

O deslizar do «projecto europeu» para o sistema norte-americano

A União conheceu dois desenvolvimentos principais:
 No final dos anos 60, o Reino Unido recusou participar na guerra do Vietname, e, retirou as suas tropas do Golfo Pérsico e da Ásia. Os Britânicos deixaram de se considerar, então, como fazendo parte do 51º Estado dos Estados Unidos e de invocar a sua «relação especial» com Washington. Decidiram, então, aderir à União (1973).
 Aquando da dissolução da URSS, os Estados Unidos ficaram como únicos mestres do jogo, o Reino Unido colaborando, e os outros Estados obedecendo-lhes. Por conseguinte, a União, jamais decidiu o seu alargamento a Leste, simplesmente limitou-se a validar uma decisão tomada por Washington, e anunciada pelo seu secretário de Estado James Baker. Do mesmo modo, ela adoptou, também, tanto a estratégia militar dos Estados Unidos [4] como o seu modelo económico e social, caracterizado por enormíssimas desigualdades.

O referendo grego fez surgir uma linha de fractura entre, por um lado, as elites europeias, que se acham com a vida cada vez mais facilitada e apoiam, sem reservas, o «projecto europeu» e, por outro, as classes trabalhadoras que sofrem com este sistema e o rejeitam; um fenómeno que já se havia expresso, ainda que só à escala nacional, aquando da ratificação do Tratado de Maastricht na Dinamarca e na França, em 1992.

Num primeiro momento, os líderes europeus questionaram a validade do referendo democrático. O Secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjørn Jagland (o mesmo personagem que foi demitido do júri do prémio Nobel por corrupção [5]) declarou :
 que a duração da campanha era muito curta (10 dias em lugar de 14) ;
 que não poderia ser supervisionado pelas organizações internacionais (por habitualmente demorar muito tempo a organizar a supervisão),
 e que a pergunta colocada não era nem clara nem compreensível (quando a proposta da União publicada no Jornal oficial ser muito mais curta e simples que os Tratados europeus que foram submetidos a referendo).
Entretanto, a polémica deu grandíssimo brado após o Conselho de Estado grego, chamado à pronúncia por particulares sobre estes três pontos, ter validado a legalidade desta consulta.

A imprensa corporativa afirmou, então, que com o voto no «Não» a economia grega estaria dando um salto para o desconhecido.

Ora, o facto de pertencer à zona euro não é uma garantia de sucesso económico. Se alguém se refere à lista de produto interno bruto do FMI (PIB), em paridade de poder aquisitivo (PPA), apenas um Estado membro da U.E. se encontra entre os 10 primeiros do mundo: o paraíso fiscal conhecido como Luxemburgo. A França figura apenas na 25ª posição entre 193.

A taxa de crescimento da União Europeia era de 1,2% em 2014, o que a coloca no 173º posto mundial, quer dizer um dos piores resultados no mundo (a taxa média mundial está em 2,2 %).

Mario Draghi, presidente do Banco central europeu, foi o antigo vice-presidente do banco Goldman-Sachs para a Europa. Ele mascarou, no Parlamento europeu, o seu próprio papel nas desastrosas operações financeiras realizadas pelo banco por conta do governo grego, claramente atestadas pela documentação do banco.

É forçoso constatar que pertencer à União e utilizar o euro não são garantias de êxito. Mas, se as elites europeias apoiam este «projecto» é porque ele lhes é rentável. Com efeito, tendo criado um mercado único, e uma moeda única, os Unionistas esconderam as cartas do jogo. Agora, as diferenças não são mais entre os Estados-membros, mas, sim, entre as classes sociais, que estão a ser uniformizadas à escala europeia. É por isso que os mais ricos defendem a União, enquanto os mais pobres aspiram pelo regresso de Estados membros com soberania.

Os contra-sensos a propósito da União e do euro

Há muitos anos que o debate é falsificado pelo vocabulário oficial : já não são os Europeus que são os portadores da cultura europeia, mas, unicamente, os membros da União. Assim é que, desde o fim da Guerra Fria, afirmam que o Russos não seriam Europeus, e, agora, que, saindo da União, a Grécia deixaria a cultura europeia da qual, na realidade, ela é o berço.

Mas, o que é claro, como diz o ditado popular em França, é que «os cães não dão gatos». A União foi concebida pelos Anglo-Saxões, com apoio de antigos nazis, contra a URSS. Ela apoia actualmente o governo ucraniano, nazis incluídos, e declarou a guerra económica à Rússia pintando-a sob o nome de «sanções».

Ao contrário do que o seu nome pretende, a União não foi criada para unir o continente europeu, mas, antes, para dividi-lo, afastando definitivamente a Rússia. Fora isto o que Charles De Gaulle denunciara, tendo-se batido, ele, por uma Europa «de Brest a Vladivostoque».

Os Unionistas garantem que o «projecto europeu» permitiu a paz na Europa durante 65 anos. Mas, falam eles da pertença à União ou da sua vassalagem aos E.U? Na realidade, foi essa que garantiu a paz entre os Estados da Europa Ocidental, ao mesmo tempo mantendo a sua rivalidade fora da zona da Otan. Será preciso lembrar, por exemplo, que os membros da União Europeia apoiaram diferentes campos na ex-Jugoslávia antes de se unificarem atrás (da bandeira- ndT) da Otan? E, será preciso considerar que se se tornassem soberanos(novamente), os membros da União recomeçariam certamente com querelas?

Jean-Claude Juncker, indignou-se pelo convocação do referendo grego, que qualificou de «traição». Juncker foi forçado a demitir das suas funções de Primeiro-ministro do Luxemburgo quando se provou a sua pertença à rede de espionagem Gládio, da Aliança Atlântica. Um ano depois… ele tornava-se presidente da Comissão Europeia.

Para voltar ao caso grego, os peritos demonstraram, amplamente, que esta dívida é imputável quer tanto a problemas nacionais, não resolvidos desde o fim do Império Otomano, como a uma escroqueria de grandes bancos privados e de dirigentes políticos. Além disso, esta dívida é tão impagável como o são, igualmente, as dívidas dos principais Países desenvolvidos [6]. Seja como for, Atenas poderia facilmente livrar-se disto recusando, para isso, pagar a parte odiosa da sua dívida [7], deixando a União, e aliando-se com a Rússia, que é para ela um parceiro histórico e cultural muito mais sério que a burocracia Bruxelense. A vontade de Moscovo (Moscou-br) e de Pequim de investir na Grécia e de aí criar novas instituições internacionais é um segredo de polichinelo. No entanto, a situação da Grécia é tanto mais complexa quanto ela é, igualmente, país-membro da Otan, e, que a Aliança aí montou um golpe de Estado militar, em 1967, para a impedir que ela se reaproximasse da URSS.

Thierry Meyssan

Tradução
Alva

“Coronel Redl”, de István Szabó, 1985

  “Coronel Redl”, de István Szabó, 1985 – Império Austro-húngaro, final do século XIX, início do século XX. Um menino de origem humilde, Alf...