terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Stalingrado e o dia "D" Serrista


A história da eleição de 2010 vai ficar marcada por dois grandes eventos, foram ocorrências que apontaram ou consolidaram o processo ou desfecho desta eleição.

O primeiro grande evento definidor, a Stalingrado de 2010, foi a grande batalha para a construção das candidaturas majoritárias aqui no Paraná, os dois lados colocaram todas as forças disponíveis para fechar uma situação favorável nesta primeira grande conflagração campal da eleição para sucessão do Lula.

Os irmãos Dias foram os dois co-protagonistas, alternando-se nos papéis de bala, alvo, bucha, artilheiro e canhão, em várias combinações.

Mas os grandes comandantes estavam fazendo um jogo de grandes lances, o teatro de operações do Paraná acabou por tornar-se estratégico, onde Serra já no início de uma retirada global, entendeu que precisava consolidar uma vitória no estado e, por conseguinte em todo o Sul, onde ele já tinha domínio do terreno.

Tirando o Álvaro da cartola, Serra opera uma mágica, praticamente explode todo o aparato defensivo Dilmista no Paraná, destruindo um forte palanque, avançando a vanguarda de Beto Richa, e praticamente assegurando uma vitória majoritária além da proporcional. Pena que no afã de largar a cavalaria, Serra não combinou com as outras força de seu lado, pois o comando Demo, quase rebelado, abriu fogo sobre suas próprias tropas, no meio da batalha, e ameaçou retirada.

O front ficou estancado, a chuva de intrigas enlameou o campo de batalha.

Lula, Dilma e o estado maior da situação também anteviram uma situação crítica, o avanço de surpresa Serrista, com Álvaro na ponta de lança, ameaçou fortemente o flanco sul, as pressões se avolumaram, o general a cargo da tarefa, Osmar Dias, fraquejava, atirava sem pontaria, suplicava por reforços, queria garantidas de suprimento logístico.

Já chegando o tempo de definição, onde o período e nevascas levariam a paralisação das iniciativas de grandes manobras de movimento, após o que restaria apenas a guerra de desgaste diário da corrida eleitoral.

Lula envia seu marechal de campo, o trabalista Carlos Lupi, disciplinado, organiza a retaguarda, traz reforços e coloca Osmar Dias nos eixos, e embica o homem na direção do centro adversário, a desproporção de forças e a qualidade do conjunto levam a um desequilíbrio na frente que pende contra as forças Serristas.

O movimento inicial de Álvaro acaba revelando-se não mais que um golpe de mão, que esfacelado, bate em retirada e é substituído por um índio falso.

O moral cresce no lado Dilmista, a batalha finaliza, e a primeira vitória é clara.

E segue a guerra, pauleira de todo o lado, com lances reais e “fakes” que começam a definir o cenário estratégico.

Ontem chegaram as imagens de uma batalha simbólica, foi o Desembarque na Normandia, iniciou de madrugada, às cinco horas da manhã, logo antes do amanhecer, para que quando o sol surgisse ofuscasse a vista do adversário.

Nas paragens de São Bernardo do Campo, vê-se o mar de gente, o comandante supremo e a comandante das forças aliadas animam as tropas.

Foi uma vitória acachapante, um comício de madrugada às cinco da manhã, no povoado de nascença política do grande comandante que caminha para o retiro, mas que ainda tem muito a fazer, e não renega empreitada.

De batalha em batalha se define uma guerra, dentre reais e simbólicas o campo de Dilma se amplia, Serra cada vez mais alquebrado sonha com uma nova arma midiática revolucionária que poderá trazer-lhe a iniciativa, mas o moral de seus grandes comandantes já não lhe garante sequer uma foto com um abraço amigo.

A derrota levará Serra para a ilha de Santa Madalena, onde não faltarão ex aliados outrora fustigados por manobras heterodoxas a cobrar-lhe a culpa pela dita sofrida.

sábado, 21 de agosto de 2010

Encontro Blogueiros Progressistas

Débora Silva: "O movimento por mudança social que existe na internet tem que ir para a rua."

Nas primeiras horas do Encontro de Blogueiros Progressistas, o dramático depoimento e presença de Débora Silva, liderança do movimento Mães de Maio , foi a grande novidade.

O relato de sua luta pela justiça contra os crimes cometidos na sequência do ataque do PCC em São Paulo, onde em uma semana foram assassinadas 500 pessoas, segundo ela, nem na ditadura tivemos um massacre semelhante.

Causou comoção ao auditório a presença simples, direta e verdadeira desta mãe, vitimada não por uma violência difusa, mas de crimes de mascarados, onde por debaixo das máscaras existiam PMs de São Paulo, como ela relatou, foi vítima da violência do estado, crimes ocorridos durante o governo Geraldo Alckimin.

Recordo agora dos estudos da época dos massacres, onde mais de 70% dos mortos não tinham nenhuma passagem pela polícia, eram cidadãos comuns.

Agora Débora Silva segue com sua luta por justiça, e já congrega movimentos e denúncias de todo o Brasil, habilmente utilizando os recursos da Web e, por sua consistência já consegue também acesso a alguns meios tradicionais de jornalismo.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mim não tuwíta!!!

Fiz minha inscrição para o Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, e me foi perguntado qual era minha conta de Twitter, o tal do micro blog, - eu não tinha um conta - me senti pelado, um mundano não iniciado, logo eu um cara escolado e prafrentéx como dizia minha avó Odete.

Tá bão, vou abrir uma conta, afinal como vou chegar ao Encontro de Blogueiros sem um Twitter? Vou ficar ‘out’, completamente deslocado. Como é que eu iria me comunicar com meus pares ideológicos, meus companheiros virtuais?

Daí abri uma conta, http://twitter.com/engajarte - @engajarte, me followei com meia dúzia de profícuos twiteiros e comecei a experimentar a “ferramenta”.

Caraca, já me senti um veterano, agora já tenho uma nova tribo.

Até twitei: “que negócio mais murrinha para encotrar e tornar-se seguidor dos outros”, já comecei a me encher com a pouca amabilidade do brinquedo, falta desenvolvimento do aplicativo para torná-lo mais dinâmico e fácil de interagir, além de um tanto lento, estranhei estas característica em um sítio tão em voga.

Usei mais um pouco, li alguns posts ou twittadas, então, lembranças, imagens e pensamentos começaram a preencher a minha mente, em realidade aquilo estava sendo uma experiência forte, devido a relevantes conexões a eventos de há mais de vinte anos.

Era um adolescente com certa timidez, e meu maior problema era conversar com meus colegas, até não por timidez, mas eu não conseguia participar da maioria das conversas, um falava com o outro e eu não conseguia desenvolver nenhuma comunicação.

Eu me sentia no limbo, e não entendia o que acontecia, eu simplesmente não conseguia conversar, só ficava ouvindo, as conversar eram em português, claro, eu entendia tudo, mas não conseguia falar nada que concatenasse e desse seguimento ao colóquio. Era o meu drama.

Até que um dia fui a uma reunião política, com gente mais velha, universitários e formados, ali a experiência foi outra, os assuntos eram amplos e eu conseguia participar da conversa, conseguia muito bem colocar minhas idéias e desenvolver os temas, também fiquei impressionado com a experiência.

Agora, tuwitando, tudo isto me voltou à cabeça.

Entendi que a questão é o formato.

É o formato de comunicação que eu sempre tive dificuldade de interagir, o da comunicação curta e segmentada, com conteúdo limitado, rápido, superficial, onde o conteúdo descritivo é limitado, o foco maior é no relacionamento pessoal, e é justamente o formato do Twitter, entendi que é uma estrutura apreciada por uma parte das pessoas, que funcionam nesta freqüência, seja verbal, seja escrita.

É a mesma coisa com o jogo de truco, rápido e com meia dúzia de cartas. Os serviços de mensagens instantâneas (MSN, ICQ) também funcionam com uma forma similar.

Então onde fica o Blog nesta história? Este é justamente o outro formato de comunicação, com temática mais extensa, um jeito de se comunicar onde a estrutura do diálogo é mais analítica e longa.

Isto faz sentido agora onde não consigo paciência para acompanhar o twitter e adoro os Blogs, e fez sentido por toda minha vida, onde minha capacidade de comunicação e interrelacionamento sempre foi limitada. Limitada a quem gosta de ouvir muita conversa.

Logo, sou um cara prolixo, assim, meu cérebro num tuwíta.

Base Social e Poder: Relações entre Classes Sociais, Disputa de Poder e Objetivos Estratégicos

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