segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Histórica Eleição de 2010 e as Ameaças a República

A campanha política deste ano de 2010 está eletrizante, o engajamento parece que aumentou.
De verdade que será uma das mais importantes eleições da história do Brasil em décadas.
O momento histórico proporciona um amadurecimento político suigeneris, nesta eleição presidencial ocorre algo novo, onde a população poderá entender o processo de um ponto de vista muito mais construtivo, poderá comparar duas vertentes políticas e sua forma de governar (comparando o DEM+PSDB+FHC e PT+LULA), muito mais que visualizar candidatos personalistas.
Isto é sinal de evolução política, desenvolvimento cultural da nação.
Poderá comparar governos recentes e seus resultados, enfim, suas linhas políticas.
Agora, aqueles que sempre dominaram o antigo jogo político da manipulação personalista estão desesperados, estão apelando para saídas não convencionais e anti republicanas.
Golpe sempre vem de quem esta perdendo o jogo ou acha que pode ganhar muito mais rasgando as regras do jogo.
A oposição, aquela da direita dura, seguramente deve estar pensando nisto, assim como as empresas privadas de comunicação (Partido da Grande Mídia), os quais estão em decadência econômica também.
São os que estão vendo seu poder e ganhos diminuírem.

Não nos esqueçamos do que está em jogo, o Pré-Sal (que pode ser entregue para eles mesmos ou vendido com comissão), a própria Petrobrás (4ª empresa do mundo), a CEF, BB e BNDS (que tem valores de venda enormes), além de que as finanças públicas estão saneadas (com grande potencial para novos endividamentos e jogadas financeiras), temos reservas internacionais expressivas que podem servir a jogadas especulativas em benefício de clientes escolhidos.
Tudo isto não é pouco, se imaginemos uma associação aos grupos empresariais dos EUA que quase faliram, seria um maná para os neocons, os golpistas teriam apoio fácil, e lembremos que o golpe de 64 foi armado e conduzido por um governo Democrata na Casa Branca.
O modelo de rompimento já foi testado e provado, com golpes pré ou pós eleitorais, com base jurídica via Suprema Corte e ou via Parlamento, com apoio da grande mídia e cobertura internacional, foi assim na Venezuela, Honduras, Geórgia entre outras.

A estratégia está andando, basta ver a instabilidade social que a grande mídia está forjando, o acirramento dos conflitos políticos e a judicialização do processo.
Devemos ampliar a consciência do jogo que se está armando, para interromper a construção do ambiente propício, é disto que se trata o atual momento político.

Mas um golpe de luva, via TSE, ainda pode ser viável.

Defender a democracia e a pequena evolução que este governo gerou é URGENTE.
Mesmo Lula tendo feito um governo com um perfil de centro-direita e super conciliador, os ganhos mínimos que foram proporcionados a grande massa de brasileiros da base da pirâmide social são intoleráveis para a minoria conservadora.

A articulação já está em marcha, vão querer derrubar a Dilma e o governo de conciliação que ela representa.
Os sinais estão por toda a parte, e estão sendo fomentados pela mesma mídia privada que estimulou a quartelada de 64.

A estratégia golpista mais elaborada seria uma impugnação das duas candidaturas, Serra e Dilma, assim salva-se a cara, e daí sai o Aécio Neves (PSDB) como o candidato da conciliação, como foi o seu avô décadas atrás.

Seria um golpe mais sofisticado, mas ainda assim um golpe contra a democracia.

É a estratégia ultra conservadora, estão com muito medo de perder no voto novamente, a solução passa por destruir a eficiente estratégia de toda uma aliança de forças que Lula montou para seu governo e vinculou a candidatura Dilma.

É torpedear o jogo democrático.

Os preparativos estão adiantados, e o momento propício é o da distração nacional na Copa do Mundo de Futebol.

Brasileiros nacionalistas e democratas, a hora é grave, a democracia nacional ainda anda a perigo, o momento é de atenção e ação, a manutenção do curso eleitoral, a disputa no voto depende do bloqueio de possíveis golpes na república, estejamos vigilantes.

País pode dominar ciclo nuclear completo ainda em 2010

AE – Agência Estado

O Brasil está pronto para dominar o ciclo nuclear completo em escala industrial, segundo o coordenador do Programa de Propulsão Nuclear da Marinha, capitão de mar e guerra André Luis Ferreira Marques. A inauguração da primeira fase da Usina de Hexafluoreto de Urânio (Usexa), prevista para este ano, permitirá que o País atue em todas as etapas do beneficiamento do mineral radioativo, desde a extração até a fabricação do combustível nuclear em grande proporção. Com isso, o Brasil ficaria independente de outros países no processo de enriquecimento, garantindo suprimento para as usinas nucleares e também para o futuro submarino nuclear.

No Centro Tecnológico da Marinha, no complexo militar de Aramar, em Iperó (SP), onde fica a Usexa, o ritmo das obras é acelerado. Na mesma área estão sendo construídos os prédios do Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgen), responsável pela fabricação do reator do futuro submarino nuclear. “A Usexa começará a funcionar nos próximos meses em fase de comissionamento, quando são testados o sistema e os equipamentos para demonstrar que eles operam corretamente. As temperaturas, as pressões, as vazões, se as válvulas estão funcionando e se a instrumentação está dando informação confiável. Mas não vamos botar o urânio, ainda.”

Segundo o militar, o ”yellow cake” – urânio em forma de um pó amarelo – só deve começar a ser processado em 2011. A Usexa é formada por 40 quilômetros de tubos, tanques, fornos e milhares de válvulas, onde o mineral é misturado com outros produtos químicos para sair em estado gasoso, o hexafluoreto de urânio, ou UF6.

O objetivo da Usexa é produzir combustível para o submarino nuclear brasileiro, que deve entrar em operação por volta de 2020. No complexo de Aramar serão produzidas 40 toneladas de UF6 por ano. Atualmente só seis países têm condições de fazer a conversão do ”yellow cake” em gás: França, Rússia, Canadá, EUA, Brasil e Irã. O UF6 que o Brasil usa ainda é processado no Canadá. As informações são da Agência Brasil.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Significado da Ação do BRASIL no Acordo do IRÃ Sobre Troca de Material Nuclear

Existem eventos que marcam o processo histórico, por que são pontos culminantes de grandes fluxos de poder, de idéias e de movimentos de países na ordem internacional.
Recentemente acompanhamos acontecimentos que tiveram forte significado histórico global, são paradigmáticos e estão concatenados:
- Em 2008 a quebra do sistema financeiro americano, foi um marco, significou o declino do poder e dinâmica dos EUA.
- Também em 2008 a impressionante olimpíada em Pequim trouxe em si a emergência de uma nova potência global.
- Em 2010 tivemos a crise financeira grega, que trouxe no bojo o ocaso do Euro, a idéia e a força da União Européia ficaram comprometidas.
- Agora presenciamos a vitoriosa mediação brasileira com participação da Turquia para alcançar um acordo com o Irã sobre uma parte de seu programa nuclear.
Hoje o mundo está sujeito a uma hegemonia dos EUA+OTAN, com amplo predomínio dos EUA, mas este jogo sempre será de confrontações de forças relativas, e o resto do mundo migra lá e cá entre sucumbir, confrontar, esgueirar-se ou construir novas alternativas.
Este processo é rico, diverso e não linear, e nenhum país tem obrigação ou vai seguir um ou outro caminho, e a história é pródiga em apresentar movimentos inusitados.
O caso do Irã é marcante, é um caso direto de ação imperial dos EUA+OTAN, tratam de tentar levar o Irã ao colapso, maquinam uma troca de regime (similar ao que os EUA fizeram nos anos 50, derrubando o governo eleito do Irã e instalando o Xá).
É muita coisa em jogo, o domínio do Irã é um objetivo consolidado dos EUA, que tem como diretriz estratégica desde 1930, controlar as fontes de petróleo, para suprir as demandas de sua economia e forças armadas, assim como viabilizar o controle estratégico global.
Já está se tornando consenso que o mundo está entrando no pico petrolífero, em alguns anos a produção de petróleo entrará em um descenso inexorável, com seríssimos impactos na economia e poder mundiais.
Vem daí o movimento incisivo dos EUA+OTAN para o controle das reservas existentes, e o Irã é chave nesta questão pelo tamanho de suas reservas de petróleo e gás.
Não devemos esquecer que a força dos EUA também reside na força de sua moeda, hoje sendo sistematicamente substituída nas trocas internacionais, o Irã por sua vez trata de vender seu petróleo em outras moedas que não o dólar, no seu próprio interesse nacional.
Lembremos um evento de poucos anos atrás, o caso do Iraque, também possuidor de grandes reservas de petróleo, que também decidiu parar de vender em dólares, da mesma forma foi montada uma coalizão político midiática similar a atual contra o Irã, também baseada em um monte de mentiras sobre armas de destruição em massa.
Assim, demonstra-se que pouco importa o que o Irã faça, diga ou tenha, o objetivo do jogo é quebrar o país e substituir seu governo por outro submisso aos países do norte.
Após meses de forte pressão dos EUA para que o Irã acedesse a troca de material nuclear fora do seu território, no mesmo instante que foi anunciado o acordo pelo Brasil, Turquia e Irã, os EUA+OTAN apressaram-se a dizer que isto não importa, que os motivos e necessidades de novas sanções ao Irã permanecem.
Aí está o ponto nevrálgico da questão, tamanha a força dos interesses calcados nos projetos estratégicos dos EUA+OTAN, o que não é pouco, nosso país, na ação de nosso hábil e carismático presidente, realiza um acordo que destrói grande parte da retórica belicista contra o Irã.
Esta realidade pesadíssima do jogo de poder mundial é sintetizada no semblante fechado do Lula nos dias desta vitória diplomática espetacular de seu governo.
Este é grande significado histórico deste evento, o Brasil, um país com uma história de 500 anos de prática submissão à hegemonia de europeus e americanos, da um passo ousado e altamente independente, rasgando parte da estratégia das grandes potências, construindo um consenso de entendimento na direção da paz e da independência dos países periféricos.
Dá para apostar que de quebra o homem ainda vai ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
Não nos esqueçamos o que é ser força hegemônica – EUA -, mais que poder militar, vale o poder político de influenciar o resto do mundo, calcado entre outra coisa num arsenal de armas midiáticas de destruição em massa, onde a grande mídia nacional é apenas mais um de seus cães de guerra.
O consenso contra o Irã foi artificialmente fabricado pelo arsenal americano de mídia, é de sentir vergonha ver as empresas de comunicação do Brasil repetirem incansavelmente os argumentos e estratégias americanas, contra até os interesses do nosso próprio país.
Neste evento o Lula provou-se um estadista, contrário a fácil opção política de acomodação interna e externa, nosso presidente deu um passo inusitado e arriscadíssimo, e ganhou, provou suas qualidades políticas, seu brio, o que vai reverberar por longo tempo, foi um acontecimento de perfil histórico mundial.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Mídia Privada e a Autorregulação

Primeiro temos que ter uma avaliação histórica da ação da mídia privada, sem isto fica-se apenas discutindo filosofia no vácuo.
A mídia privada, nacional ou internacional, impressa ou irradiada, tem sua história, sua epopéia e este deve ser o ponto de partida.
E a ação das empresas de comunicação tradicionalmente caracteriza-se por forte comprometimento com seus próprios interesses econômico-empresariais e políticos, expressos em ações como:
- Utilização de seu poder de comunicação para jogadas econômicas do tipo plantar informações para colher benefícios.
- A chantagem subliminar contra empresas que se não compram espaços publicitários acabam aparecendo em manchetes e denúncias destrutivas.
- Jogadas políticas de valorização ou destruição de agentes políticos, de acordo com o interesse dos donos das empresas.
- Forte ação tendenciosa de cunho político, fazendo governos reféns das empresas jornalísticas, com chantagens veladas e ataques desestabilizadores a governos eleitos que não cumpram a risca a diretriz política destas empresas privadas.
- E pior, uso sectário de concessões públicas(rádios e TVs) com linha política altamente tendenciosa.
Assim, o que esperar de uma autorregulação? Mais do mesmo. Mais corporativismo.
E qual será a instituição que vai promover a autorregulação? Seguramente será o Instituto Millenium, aquele que denuncia o “outroladismo”, as restrições éticas em uma guerra política declarada por eles mesmos.
Nós como cidadãos necessitamos que o estado democrático e constitucional, com nossos representantes eleitos façam leis que regulamentem todo este poder, que hoje é privado a uma meia dúzia de empresários.
Precisamos de leis que garantam o que a Constituição já definiu: direito a privacidade, direito de resposta, resguardo de reputação, e equanimidade política nas concessões públicas.

Sem isto teremos apenas o que temos hoje, uma corporocracia, que é nociva para a sociedade, necessitamos de democracia.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Tratado de Não Proliferação Nuclear e o Brasil

Capacidade nuclear para o Brasil também significa segurança energética para fomentar o desenvolvimento, além disto viabiliza a tecnologia para a utilização dos nossos recursos naturais, temos grandes jazidas de urânio.

Claro que isto se insere em um projeto de desenvolvimento do país, um projeto nacionalista.

Acontece que existem grupos políticos e econômicos que são ideologicamente contrários a este tipo de “projeto”, é o pessoal do “desenvolvimento dependente associado”, são os negociantes do neoliberalismo, gente que não se sente brasileiro ou tem seus modelos, alianças e desejos no exterior, estes hoje estão encastelados na candidatura Serra e nos empresários da grande mídia.

Para um analista de política internacional, o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) não passa de um simples acordo entre as grandes potências para congelar as estruturas de poder mundial, algo inaceitável para os demais países, principalmente para os grandes países como o Brasil, que tem potencial para vôos mais largos.
E os “pacifistas”? Bem esta ideologia não funciona no vácuo, existe um contexto de poder e de conflitos atuais, e os pacifistas acabam apenas por serem instrumentalizados pelos poderosos interesses em jogo.
O ponto chave da ameaça nuclear vem é claro dos países que POSSUEM armas nucleares, os quais só fazem desenvolver e ampliar suas armas, sua tecnologia, seus vetores nucleares, e rotineiramente fazem ameaças de uso de seus arsenais.
Por óbvio o foco dos países poderosos com o TNP é contra os países que NÃO POSSUEM as mesmas armas que eles dispõem aos montes.
A vergonhosa assinatura do TNP pelo FHC foi uma das grandes derrotas do Brasil como país, frontalmente contrária a décadas de orientação do Itamaraty.
E o que ganhamos em troca? Ganhamos agora pressão extra para assinar um protocolo adicional, que multiplica as nossas restrições e mantém as mesmas facilidades aos países com armas atômicas.
E os políticos do DEMO+PSDB clamam para o governo a assinar este absurdo legal, que concede benefícios a uns e duras restrições a outros.
É como se você, cidadão, tivesse uma lei dura para si e existisse uma outra pequena classe de indivíduos – uma nobreza – que tivesse leis muito mais brandas e com garantias ampliadas.
Isto para um republicano ou para um nacionalista é inaceitável, agora para um político aristocrático, é o mundo dos sonhos, daí você entende a postura dos conservadores.
Hoje temos nosso gigante país e população sem defesas nucleares largados em um mundo bastante agressivo. A responsabilidade disto é de nossos atuais e passados governantes.
Brasil, o quinto maior país do mundo, com 190 milhões de habitantes, sem capacidade defensiva, isto é um desastre, claro está que Collor(que acabou com vários programas) e FHC(que assinou o TNP) têm responsabilidades maiores sobre isto, e por seus atos jamais poderão ser considerados estadistas.
Armas nucleares são terríveis? Claro, e é por isto que quem as possui continua desenvolvendo seus arsenais.
E como podemos ver um mundo livre delas? Seguindo o TNP ou o TNP Adicional é que não vai ser, o objetivo destes tratados não é o da eliminação das armas, é sim o da manutenção das armas em um clubinho fechado.
O que fazer então? O caminho é o contrário, é o da ampliação do número de países com arsenais viáveis, e assim criando uma nova situação de igualdade e reciprocidade de poder, só isto é que vai levar o sistema internacional a um novo tipo de acordo, onde os países nucleares façam um novo tratado de abolição de todos os arsenais. Pois isto não é uma obrigatoriedade do TNP atual, o abandono das armas atuais é candidamente voluntário.
Ademais, os arsenais convencionais tem que ser incluídos na negociação, pois para países pequenos, a única viabilidade de defesa de agressões vindo de grandes países, é através de um arsenal nuclear, é o caso da Coréia do Norte, que só pode se defender dos EUA e da maioria de seus vizinhos por armas nucleares, pois por armas convencionais eles seriam facilmente esmagados.
Foi o caso do Iraque, que por não ter um arsenal, foi invadido e conquistado por uma potência imperial, sem condições de defesa.
Assim, este é o sentido do TNP e suas adições, definir o fim da história nas relações internacionais, nada a ver com a paz ou a segurança, é o nós sempre teremos e vocês nunca mais terão.

Postagens relacionadas:
Brasil Potência - Como Conquistar uma Cadeira no Conselho de Segurança da ONU
O Tratado de Não Proliferação Nuclear e o Brasil
Submarino Nuclear Brasileiro - Projeto de País
Programa de desenvolvimento do Submarino Nuclear Brasileiro

“Coronel Redl”, de István Szabó, 1985

  “Coronel Redl”, de István Szabó, 1985 – Império Austro-húngaro, final do século XIX, início do século XX. Um menino de origem humilde, Alf...