Do Blog do Luis Nassif:
Por que José Serra vacila tanto em anunciar-se candidato?
Para quem acompanha a política paulista com olhos de observador e tem contatos com aliados atuais e ex-aliados de Serra, a razão é simples.
Seu cálculo político era o seguinte: se perde as eleições para presidente, acaba sua carreira política; se se lança candidato a governador, mas o PSDB consegue emplacar o candidato a presidente, perde o partido para o aliado. Em qualquer hipótese, iria para o aposentadoria ou para segundo plano. Para ele só interessava uma das seguintes alternativas: ele presidente ou; ele governador e alguém do PT presidente. Ou o PSDB dava certo com ele; ou que explodisse, sem ele.
Esta foi a lógica que (des)orientou sua (in)decisão e que levou o partido a esse abraço de afogado. A ideia era enrolar até a convenção, lá analisar o que lhe fosse melhor.
De lá para cá, muita água rolou. Agora, as alternativas são as seguintes:
1. O xeque que recebeu de Aécio Neves (anunciando a saída da disputa para candidato a presidente) demoliu a estratégia inicial de Serra. Agora, se desiste da presidência e sai candidato a governador, leva a pecha de medroso e de sujeito que sacrificou o partido em nome de seus interesses pessoais.
2. Se sai candidato a presidente, no dia seguinte o serrismo acaba.
O balanço que virá
O clima eleitoral de hoje, mais o poder remanescente de Serra, dificulta a avaliação isenta do seu governo. Esse quadro – que vou traçar agora – será de consenso no ano que vem, quando começar o balanço isento do seu governo, sem as paixões eleitorais e sem a obrigatoriedade da velha mídia de criar o seu campeão a fórceps. Aí se verá com mais clareza a falta de gestão, a ausência total do governador do dia-a-dia da administração (a não ser para inaugurações), a perda de controle sobre os esquemas de caixinha política.
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Comentário EngaJarte
Sempre tive uma boa imagem do Serra, parecia progressista, com idéias desenvolvimentistas. Agora vejo que parecia, no futuro do pretérito.
Foi importante sua passagem pela prefeitura e governo do estado, foi aí que o que parecia deu lugar para uma imagem mais real.
Até que durou bastante aquela imagem progressista, mesmo como ministro do planejamento do FHC, onde tudo que necessitava de planejamento colapsou, o homem permaneceu bem visto.
Era a imagem progressista de um governo totalmente neoliberal elitista, quase um absurdo, pois Serra não se declara públicamente, o que aliás foi uma excelente estratégia.
O momento que Serra se declarou em público foi dramaticamente esclarecedor, em um artigo, assume a linha política de interesse dos Estados Unidos, criticando o Irã, e a política externa independente do Brasil.
Já está claro, sabe-se o que esperar, mais um governo tipo FHC, totalmente americanizado, apenas agindo como um interventor dos intereses do norte pelas terras brasilis
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