segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Vencer na Grande Política é Possível?

No contexto que vivemos marcado por mudanças rápidas e avassaladora onde a luta por dominância continua sendo o motor das ações humanas, surge um livro que não se contenta em apenas descrever a realidade, mas que se propõe a transformá-la. Como Vencer na Grande Política: Classes sociais e suas lutas: é uma obra que desafia o leitor a ultrapassar a passividade e a assumir o controle de seu destino histórico. Mais do que um livro, é um chamado à ação, um guia para aqueles que desejam entender as regras do jogo social e, sobretudo, vencer a batalha da sua classe trabalhadora.




O autor parte de uma premissa contundente: a vitória política não é obra do acaso, mas resultado de movimentações conscientes e estratégicas das classes sociais. Vivemos, segundo ele, o crepúsculo do capitalismo, um sistema que, embora aparentemente sólido, carrega em si as sementes de sua própria destruição. Mas para que essa transformação ocorra, é necessário que a classe trabalhadora compreenda as dinâmicas do poder, as armas ideológicas usadas para mantê-la subjugada e, acima de tudo, assuma sua missão histórica como agente revolucionário.

O livro não se limita a teorias abstratas. Ele é um manual prático, um instrumento de luta que combina a profundidade teórica de pensadores como Marx, Engels, Lênin e Nietzsche com a urgência das demandas contemporâneas. O autor nos convida a navegar pelo "rio da vida", mas não como meros espectadores que flutuam à deriva. Em vez disso, ele nos instiga a tomar o leme do barco, a enfrentar as correntezas do devir histórico com determinação e inteligência, rumo a um futuro determinado por nossas decisões.

Uma das grandes contribuições desta obra é a clareza com que expõe os mecanismos de dominação capitalista. O autor desvenda como a classe dominante mantém sua hegemonia através do controle ideológico, da manipulação do senso comum e da perpetuação de uma cultura de subordinação. Mas ele não se detém na crítica. Ao contrário, oferece ferramentas concretas para que os trabalhadores possam romper essas cadeias e construir uma nova realidade.

O livro também resgata a importância da consciência de classe. Para o autor, a revolução começa dentro de cada indivíduo, na percepção de si mesmo como parte de uma coletividade que compartilha interesses e aspirações comuns. Essa consciência, porém, não é um fim em si mesma, mas o ponto de partida para a ação transformadora. Como escreve Étienne de La Boétie, citado na obra, "Tomai a resolução de não mais servirdes e sereis livres". A libertação, portanto, não é um presente, mas uma conquista que exige coragem, organização e determinação.

A Vitória na Política é, acima de tudo, um livro motivador para a ação. Ele nos lembra que a classe trabalhadora já venceu batalhas importantes ao longo da história e que pode voltar a vencer. Mas essa vitória não será alcançada por meio de atos isolados ou por mero voluntarismo. Ela exigirá a união de forças, a construção de uma identidade coletiva e a adoção de estratégias claras e eficazes. O autor nos convida a abandonar a derrota passiva e a assumir uma postura ativa, transformando-nos de meros espectadores em protagonistas da história.

Para aqueles que se sentem desorientados diante das complexidades do mundo moderno, este livro é um farol. Ele oferece não apenas um diagnóstico preciso dos problemas que enfrentamos, mas também um caminho claro para superá-los e que nós, a classe trabalhadora, temos o poder de construí-lo.

O livro Como Vencer na Grande Política não é apenas uma leitura, é um convite à revolução. E a revolução começa agora, com você.

Como Vencer na Grande Política: Classes sociais e suas lutas

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Escala 6X1 - Reforma e Revolução

Por Walter Azevedo 

De repente entramos em uma quadra histórica de rara oportunidade para a classe trabalhadora organizada. Este processo começou com um trabalhador do Rio de Janeiro, sem militância tradicional nem formação política, que inicia um movimento contra a escala de trabalho a que ele mesmo era submetido, uma jornada de seis dias de trabalho para um de folga.

A iniciativa de Rick Azevedo ganha corpo e surge um novo e forte movimento político que coloca as leis da jornada de trabalho no centro do embate entre a classe trabalhadora e a classe do capital.

A lutas da classe trabalhadora avançam com ganhos lentos e retrocessos sistemáticos, as oito horas de trabalho diário foram conquistadas em 1934 e o último ganho significativo foi em 1988 com a redução a jornada semanal para 44 horas.

De outro lado a produtividade do trabalho cresceu fortemente com o desenvolvimento nos últimos 100 anos, ao mesmo tempo em que a remuneração do trabalho se reduziu ao longo do tempo com é demonstrado na tabela abaixo:

 

Tabela relacionando Trabalho, Produção e Remuneração do Trabalho desde 1985:

Ano

Empregados

Formais

(milhões)

PIB Nominal 

(R$.trilhões)

PIB

Atualizado

(R$ trilhões)

 ano base 2023

Razão

PIB Atualizado

por Trabalhador

(R$ mil)

Massa Salarial

(R$ trilhões)

 ano base 2023

Razão

PIB / Massa Salarial

1985

20,0

0,2

1,5

75,0

0,3

5,0

1990

22,5

0,5

2,0

88,9

0,5

4,0

1995

25,0

0,8

2,5

100,0

0,8

3,1

2000

27,5

1,2

3,0

109,1

1,0

3,0

2005

30,0

2,1

3,5

116,7

1,2

2,9

2010

35,0

3,9

4,0

114,3

1,6

2,5

2015

40,0

5,9

4,5

112,5

2,0

2,3

2020

42,0

7,4

5,0

119,0

2,5

2,0

2023

43,0

10,0

5,5

127,9

3,0

1,8

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

O processo histórico da tabela acima explicado:

  • A produtividade do trabalho, representada pela razão PIB Real por Trabalhador, mostra um crescimento constante da produtividade ao longo do período dos últimos 40 anos.
  • Razão PIB Real / Massa Salarial Real: Representa o quanto a produção (PIB Real) avança mais que a massa salarial real. Indicando que o Trabalho gera mais produto em relação ao montante pago como salário, esta diferença demonstra o avanço da remuneração do capital as custas do trabalho.

 

Estes são os números reais da economia e da relação capital/trabalho e trabalho e produtividade, indicando que o Brasil avança como um paraíso para o empresariado capitalista com o esmagamento do trabalho que produz cada vez mais e recebe proporcionalmente menos como se demonstra no gráfico abaixo:

 



 

A evolução do gráfico esclarece acerca da natureza do sistema capitalista que organiza o trabalho e a remuneração do capital, é a situação real da relação entre capital e trabalho produtivo, onde a classe do capital hegemônica, mantém seu poder e consegue definir para onde vai a economia e quem são os ganhadores.

É este mecanismo que torna claro por que o Brasil é um dos países de maior concentração de renda e propriedade do mundo, isto é resultado da eficiência da exploração do trabalho pela classe empresarial.

Esta introdução demostra que a organização do trabalho está no centro da disputa social, tornando claro que a abolição da escala 6X1, é um ganho possível e uma vitória significativa, algo que trará um ganho geral para toda a classe trabalhadora principalmente para aqueles de menor remuneração.

Esta luta é tão importante quanto se observa que o grupo social que está submetido a esta escala 6X1 é uns dos maiores agrupamentos de trabalhadores, maior que qualquer seguimento profissional específico, ou seja, o potencial da força política dos que serão diretamente beneficiados pela superação desta escala é muito grande. São milhões de trabalhadores, estima-se que até metade da força de trabalho esteja nesta escala, os números objetivos são ocultados ou disfarçados pelo estado brasileiro.

A crua e dura realidade dos trabalhadores submetidos a escala 6X1 é ainda mais cruel quando se nota que os níveis salariais deste setor tendem a ser menor que de outras categorias, a rotatividade maior, menores benefícios extrassalariais, ou seja, são os trabalhadores em pior situação sob todos os aspectos.

Toda esta conjuntura coloca o potencial do embate contra o regime de trabalho mais duro e pior pago num patamar que poucas vezes é alcançado nas mobilizações populares, com pesquisas apontando até 70% de apoio ao fim da 6X1, com adesão que supera divisões ideológicas entre direita e esquerda.

A força do sentido de justiça e de viabilidade contra a 6x1 está disseminado na população e do lado da classe trabalhadora.

A escala 6x1 beneficia apenas o capital empresarial, enquanto exaure a força de trabalho e limita a capacidade dos trabalhadores de exercerem uma vida mais produtiva em termos sociais e profissionais, gerando consequências como:

- Compromete a saúde física e mental: Trabalhadores sofrem com desgaste crônico, aumentando casos de doenças ocupacionais e afastamentos.

- Destrói laços sociais: A falta de tempo para família, educação e lazer enfraquece relações sociais, familiares e comunitárias.

- Reduz a produtividade a longo prazo: Trabalhadores exauridos tornam-se menos produtivos e mais suscetíveis a erros e acidentes, com menos tempo e energia para estudo e desenvolvimento profissional.

 

Portanto, abolir o regime 6X1 é um passo fundamental para aperfeiçoar as relações de trabalho, a produtividade dos trabalhadores e avança na valorização do trabalho, contribuindo para o desenvolvimento geral do sistema econômico brasileiro e da qualidade de vida do trabalhador.

 A tática da luta, a meta principal, a hierarquia e a organização do processo que vai desde levantar a causa, formar uma base social e vencer a disputa via a consolidação de uma alteração legal deve ser construída de forma profissional e qualificada, o tema é de grande importância para a classe trabalhadora e está no centro das disputas entre capital e trabalho.

Neste sentido a consciência do foco na abolição da 6x1 que é a causa forte e motivante, que tem levantado apoio e motivação dentro da classe trabalhadora e ao mesmo tempo constrange às forças políticas do capital na sua defesa, temos que ser centrar todas as forças na pauta principal e mais forte, com maior apelo social e lutar para vencer com ela.

Esta é a oportunidade de um partido construir sua base social como o principal defensor de uma pauta relevante se atuar com profissionalismo e eficácia para vitórias materiais e objetivas para a nossa classe trabalhadora.

A lei que regulamenta a escala 6X1 está na CLT:    Art. 307. A cada seis dias de trabalho efetivo corresponderá um dia de descanso obrigatório, que coincidirá com o domingo, salvo acordo escrito em contrário, no qual será expressamente estipulado o dia em que se deve verificar o descanso.”

Ou seja, é uma “lei ordinária” que regulamenta esta escala e que pode ser alterada no Congresso Nacional por “maioria simples”, esta é uma meta concreta, objetiva e alcançável.

 

Oportunidades e Desafios no Campo Político

De outra parte a luta pela abolição da escala 6x1 expõe a necessidade de maior maturidade e pragmatismo político para as forças que querem conquistar esta demanda.

No intento de conquista da eliminação da escala 6X1 a deputada Erika Hilton(PSOL) apresentou uma proposta de alteração constitucional(PEC) que demanda 3/5 dos votos, ao invés de propor alteração da CLT, que exige apenas maioria simples. Essa abordagem reflete um idealismo que prioriza uma pretensa vitória moral simbólica em detrimento de conquistas materiais reais. Não bastasse isto, o problema foi agravado pela PEC propor a escala 4x3, dando um salto que de um lado diminui a base de apoio dos trabalhadores que veem viabilidade na proposta, quanto de outro, aumenta o leque de setores do capital afetados e contrários a nova escala. Estas atitudes seguem a tradição da esquerda idealista que pede muito para não conseguir nada.

Enquanto setores da esquerda moralista insistem em pautas ideológicas descoladas das demandas concretas, é crucial que o movimento pela abolição da escala 6x1 se mantenha focado em objetivos práticos e tangíveis. A dispersão para outras pautas tente a diluir a mensagem central, confundir o argumento, fragmentar a base de apoio e fragilizar a luta legislativa.

A abolição da escala 6X1 desemboca diretamente na conquista da escala máxima de 5X2, este é o ganho claro e imediato, é o concreto que está ao alcance das mãos, é a luta que a conjuntura nos oferece e não podemos deixar passar por falta de consciência tática.

 

Um Chamado ao Centro Tático

Movimentos com demandas claras e unificadas têm maior chance de sucesso. A luta pela jornada de 8 horas diárias, por exemplo, alcançou vitórias também por manter o foco no objetivo principal. Portanto, o movimento contra a escala 6x1 se fortalece quando:

- Centralizar a luta no concreto e material: A abolição da escala 6x1 é a pauta forte e mobilizadora.

- Evitar misturas de pautas: Questões adicionais ou de outra natureza só diluem a mensagem, esta misturada com outras demandas com apelo mais fraco só enfraquece o principal.

- Agitar setores direta e indiretamente afetados: Comunicar e mobilizar para algo relevante para a vida diária, de forma clara e inclusiva para mobilizar apoio, formar base social pelo reconhecimento da atuação e liderança.

- Fazer a propaganda da disputa entre classe do capital e classe do trabalho sobre jornada de trabalho.

- Trazer para a organização milhares de trabalhadores afetados e tocados pela ação.

 

Conclusão

A abolição da escala 6x1 não é apenas uma questão trabalhista, é uma luta política que desafia a hegemonia do capital sobre as condições de vida dos trabalhadores.

Esse movimento representa uma oportunidade de avanço direto e real para a classe trabalhadora, o sucesso depende da condução da luta com pragmatismo, foco e profissionalismo.

O momento exige dedicação, mas também maturidade estratégica. Temos que fazer da abolição da escala 6x1 um passo firme na formação de um novo partido que lidere a classe trabalhadora na construção de um projeto político de país para a nossa classe trabalhadora.

  

Referências:

CLT:  DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943

 1934: A Constituição Federal de 1934 foi a primeira a estabelecer um limite para a jornada de trabalho, fixando-a em 8 horas diárias1.

1943: Com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a jornada de trabalho foi regulamentada, incluindo direitos como férias anuais e descanso semanal remunerado2.

1988: A Constituição Federal de 1988 reduziu a jornada máxima semanal de 48 para 44 horas34. Essa mudança foi significativa para a proteção dos trabalhadores.

2017: A Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467) trouxe várias alterações, permitindo, jornadas diárias de até 12 horas, desde que seguidas por 36 horas de descanso5.

https://www.diap.org.br/index.php/noticias/noticias/92061-pesquisa-fim-da-escala-6x1-tem-apoio-de-70-da-populacao-e-supera-divisoes-ideologicas

Azevedo, Walter. Como vencer na grande política: Classes sociais e suas lutas. Curitiba: Appris, 2023.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Como Vencer na Grande Política: Classes sociais e suas lutas

 A vitória na política não é fruto do acaso e tão pouco de um destino histórico, é o resultado das movimentações das classes sociais. O campo onde se dá o embate de forças sempre está aberto ao novo, mas só vence quem entende as regras da luta e entra para vencer, nós da classe trabalhadora só temos o caminho do engajamento na grande disputa da política para traçar os rumos da nossa história. Realizaremos isto tomando nossa própria missão como classe revolucionária por dentro do sistema do capital.



Vivemos o crepúsculo do capitalismo no alvorecer do século XXI, descrever as regras da luta e o método para construir a nossa vitória é o ponto de partida deste livro.

O ponto de chegada é um manual para a realização da luta de classes de forma prática e objetiva com a atitude do forte, aquele que luta para fazer o seu destino sem nada temer.

Partindo da realidade para a realidade, seguindo o método dialético aplicado à materialidade do concreto no processo histórico. Visamos levar o leitor a navegar pelos fluxos do rio da vida, superando a tentativa de apenas flutuar, deixando para trás um nadar sem rumo na escuridão para tomar conta do barco da fortuna e singrar as correntes do devir com objetivo político certeiro, seguindo seus instintos com inteligência e dando forças à sua vontade de potência.

O devir, ou fluxo histórico dinâmico, não tem início ou fim, o tempo é eterno e se desenvolve sobre bases materiais reais, os eventos não surgem por geração espontânea, nem por simples evolução, tão pouco por predestinação. A construção das circunstâncias históricas para a transformação revolucionária é a nossa principal missão política junto à nossa classe trabalhadora.

Este livro pode ser adquirido no site da Editora Appris:

Como Vencer na Grande Política: Classes sociais e suas lutas

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Agricultura não pode ser catástrofe, nem energia provocar desindustrialização

 Segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, nos últimos 60 anos, as chuvas no Sul aumentaram em 30%, e no Norte, Nordeste e Sudeste diminuíram até 40%. Controlar a velocidade de escoamento de toda essa água extra no Sul e garantir a perenidade dos rios nas outras regiões precisa ser a nossa prioridade imediata.

Ivo Pugnaloni*





Os mapas e gráficos que ilustram o excelente artigo publicado pela SECOM, dirigida pelo ministro Paulo Pimenta, não deixam margem a dúvida. Embora as causas da mudança nas chuvas sejam controversas. Minha opinião de engenheiro é que devemos focar-nos em encontrar origens mais óbvias e gritantes, para adaptar nossas atividades à gravíssima alteração do regime de chuvas.

Devemos aplicar-nos, como um só povo, do sul ao norte, para aplicar as soluções mais eficientes, conhecidas e provadas em outros pontos do país e do mundo. Deixemos aos tribunais decidir quem são os culpados, responsabilizando-os mas com todos os diretos de defesa assegurados por lei, altamente didáticos, muito úteis para evitar novas ilusões.

Aos desprezíveis gritos racistas de “O Sul é o meu país”, devemos numa autêntica rede nacional de solidariedade, responder com uma atitude afirmativa que prove que do Sul ao Norte, o Brasil é o nosso país. O país de um povo forte e soberano, que sabe vencer grandes desafios através da sua união.

Esse artigo foi escrito no sentido de demonstrar que soluções técnicas já existem, assim como as evidências físicas não apenas do fenômeno climático, mas também dos delitos cometidos por aqueles que, por riqueza e poder, conseguiram quase destruir todas as formas de mitigação que a ciência já encontrou há mais de 130 anos.

“Isso é culpa do agronegócio e do transporte rodoviário” dirão alguns. “Não, isso não tem nada a ver com a ação do homem!”, dirão outros.

Quando as certezas de parte a parte são assim extremas, a melhor resposta pode vir de fazer perguntas.

1. O que acontece com a velocidade de escoamento da água no solo e nos rios, quando derrubamos florestas para formar pasto ou plantar soja para exportar?

2. O que acontece com a quantidade de água absorvida pelo solo, quando dobramos a velocidade do escoamento depois de removidas as raízes das florestas?

3. O que acontece com a erosão do solo quando a velocidade de escoamento aumenta? O que acontece com o leito dos rios, se a erosão aumentar?

4. Se a erosão e o assoreamento dos rios aumentarem, será que o fluxo da água vai continuar preso na caixa dos rios ou vai transbordar para fora de seu leito, criando áreas úmidas?

5. O que acontecerá, com a evaporação da água, quando aumentarem as áreas úmidas nas margens dos rios?

6. O que terá acontecido com a evaporação quando as conhecidas mudanças cíclicas no eixo de rotação da Terra e no seu percurso em torno do Sol, fizeram mais radiação solar incidir numa área que permanece encharcada por mais tempo?

As respostas podem ser resumidas numa poderosa combinação de efeitos cumulativos na qual o aumento da velocidade de escoamento reduziu a água absorvida pelo subsolo, aumentou a erosão e a evaporação de água. E tudo isso junto, aumentando os riscos de novas e grandes enchentes.

É nisso que temos que nos focar: precisamos diminuir a velocidade com que a água da chuva corre de volta em direção ao mar, donde em boa arte ela veio, por ação do Sol. Como fazer isso, veremos adiante nas próprias perguntas que se entrelaçam.

“Vocês são contra o agronegócio e a produção de alimentos!”, dirão alguns. “Vocês só pensam em lucro máximo a qualquer custo!” dirão outros.

Novamente, boas perguntas trazem as melhores respostas.

1. O que aconteceu com a produção de alimentos para exportação, quando a carga tributária do agronegócio caiu para 6,75% e com a produção industrial quando os tributos sobre a indústria chegaram em 44%?

2. Por que o PIB da indústria em 1976 era 21% do total e caiu para apenas 9% do PIB em 2023?

3. O que acontece quando a ANEEL e o Ministério de Minas e Energia, assistem passivamente as distribuidoras comprando a energia 10 vezes mais cara das termelétricas, repassando esse custo aos consumidores e não comprando das hidrelétricas, dez vezes mais barata?

4. O que aconteceu com as tarifas de energia quando a capacidade de geração das termelétricas fósseis, subiu mais de 660% entre 1995 e 2022?

5. O que aconteceu com a produção industrial quando o custo da energia para a indústria subiu 174% acima da inflação entre 1995 e 2023 e para as demais classes “só 73%”, segundo a FIRJAN?

6. Por que a Empresa de Pesquisa Energética não considerou as perdas elétricas e nem as tendencias hidrológicas, no cálculo da garantia física de energia das hidrelétricas, erro que impediu a investimentos na construção de novas hidrelétricas, favorecendo isso sim, mais termelétricas e o aumento da poluição por gases do efeito estufa?

“Vocês querem que o Brasil tenha outro apagão sem as termelétricas?”, dirão alguns.

Novamente, as melhores respostas vêm de boas perguntas, que quase ninguém faz:

1. Quais as fontes permanentes de energia que podem assumir a carga depois das 18 horas quando a geração fotovoltaica entra em colapso por falta de Sol?

2. Dessas duas fontes permanentes, que são as termelétricas fósseis e as hidrelétricas, as únicas que podem operar 24 horas, qual delas tem preço maior, mais impactos negativos sobre a atmosfera e as chuvas?

3. Qual das fontes de energia tem maiores efeitos benéficos para a redução da velocidade de escoamento das águas de forma a evitar a erosão, o assoreamento, prevenindo as enchentes? A fonte solar? As termoelétricas, as eólicas? Ou as hidrelétricas?

4. Por que no Paraná, estado que sofreu o mesmo aumento de chuvas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, não existem agora enchentes nos terços baixo e médio do rio Iguaçu, depois de construídas seis grandes hidrelétricas pela COPEL? Terá sido isso fruto de uma coincidência?

5. Será que a pressão dos proprietários das minas de carvão que alimentam as grandes termelétricas gaúchas e catarinenses tem relação com o pequeno grau de desenvolvimento das usinas hidrelétricas nos dois estados?

6. Será que grande quantidade de enchentes que a cada três ou quatro anos atingem os gaúchos e catarinenses não tem nada a ver com o pequeno número e pouca capacidade de armazenamento de suas hidrelétricas?

As soluções são conhecidas.

É hora da primazia da solidariedade, da consciência e da ciência. O tempo das bravatas passou. Assim como passou o tempo dos bravateiros, do elogio do egoísmo e do individualismo, seja ele regional, sexual, de cor da pele ou de idade.

Passou da hora de abandonarmos a influência dos que querem dividirmos em times que gritam “slogans”, gerados em pequenas bolhas e laboratórios de opinião pública dos gabinetes do ódio e de mídia.

Está na hora de começarmos a fazer, as perguntas que precisam ser respondidas antes que seja tarde, para que os governos deixem da letargia e da pequena política para entrar na grande política. A política pública.

Acumular pequenas quantidades de água nas propriedades e gerar energia com ela. Uma solução para já.

Pequenas barragens em cada propriedade rural, em cada arroio, em cada riacho, podem ser construídas em poucos meses com capacidade adicional de reserva para ser preenchida em caso de enchentes ou de secas.

Ao mesmo tempo, elas podem produzir pescado, hortaliças e mesmo energia elétrica, sendo ligadas diretamente à rede das distribuidoras como acontece com as placas solares. Mas com a vantagem de operar durante 24 horas, armazenarem energia elétrica na forma de água doce prevenindo-nos de enchentes e de secas. Uma solução quase óbvia, já adotada em muitos países, classificadas pela ANEEL como micro centrais hidrelétricas, servindo como compensação ambiental ao desmatamento já incorrido ou futuro.

Além desses benefícios elas ainda vão gerar energia barata para o produtor rural, armazenarão água doce, produzirão receita e alimentos de alta qualidade, em toda parte. Tanto no Sul como no Norte.

Essas barragens, construídas dentro da técnica e da legislação ambiental, projetadas e instaladas por profissionais habilitados, seriam financiadas pelo BNDES com juros que levem em conta os seus benefícios para a sociedade. Elas irão nos ajudar a nos adaptarmos melhor às enchentes no sul e às secas no norte, nordeste e sudeste.

Tudo isso com equipamentos 100% nacionais e mais de 30% dos serviços disponíveis no local. Com os menores investimentos. Aliás, qual seria o preço da “não-existência” de uma enchente como essa do Rio Grande do Sul? Para ajudar tudo isso a acontecer, além das secretarias estaduais da agricultura e do meio ambiente mobilizarem-se, vamos precisar que o ministério de minas e energia convença as distribuidoras e cumprirem os regulamentos que criaram a modalidade de geração distribuída. Essas concessionárias de serviço público precisam investir mais na proteção de suas redes com relação ao fluxo reverso de potência gerado pelas placas solares, como previsto em lei. E deixem de usar seu próprio despreparo técnico para negar acesso às suas redes aos pequenos geradores particulares, tirando proveito da própria torpeza, como vedado por princípio da lei pátria.

*Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni é engenheiro eletricista é foi diretor de planejamento da COPEL e diretor presidente da COPEL DISTRIBUIÇÃO, do Instituto Estratégico do Setor Elétrico (ILUMINA), fundador e primeiro presidente da ABRAPCH, associação brasileira de pequenas hidrelétricas, secretário adjunto de transportes de Curitiba, membro do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia do Paraná. professor do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Hoje Ivo é o presidente da ENERCONS Consultoria em Energias Renováveis. www.enercons.com.br

segunda-feira, 1 de abril de 2024

“Coronel Redl”, de István Szabó, 1985

 


“Coronel Redl”, de István Szabó, 1985 – Império Austro-húngaro, final do século XIX, início do século XX. Um menino de origem humilde, Alfred Redl, é enviado a uma escola militar, onde fica amigo de Kristof Kubinyi, de origem nobre. Sua profunda lealdade ao Imperador Franz Joseph faz com que rapidamente suba na carreira militar, sendo alçado a coronel e, posteriormente, indicado para atuar como Chefe da Contraespionagem do Império, o que o leva a ter de lidar com toda sorte de conspirações e conchavos.

Ainda que Alfred Redl tenha sido uma eminente personalidade real do exército do Império Austro-húngaro nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, o filme é levemente inspirado em uma peça de John Osborne, “A Patriot for Me”, e revela, em seus minutos iniciais, completa infidelidade aos fatos, deixando claro tratar-se de uma obra de ficção inspirada na figura real do militar. Assim, ainda que questões-chaves da vida de tal personalidade sejam mantidas, há uma clara romantização da história, com inserção de acontecimentos puramente ficcionais. A narrativa acompanha a trajetória do personagem desde sua infância humilde na Galiza até alcançar o mais alto posto dentro do Setor de Contraespionagem da Diretoria da Inteligência Militar do Exército Austro-húngaro, possibilitando um breve panorama dos conflitos, ardis e conspirações envolvendo política e exército no seio do Império Austro-húngaro. A obra é um fascinante exercício acerca da lealdade versus traição que se desenrola não apenas em âmbito “macro”, na política, exército e governo, mas, também, no universo pessoal do personagem, envolvendo sua amizade com a família Kubinyi, que inclui um relacionamento afetivo-sexual com os irmãos Kristof e Katalin. O diretor é bastante feliz na forma como espelha essa dicotomia da lealdade/deslealdade nos diferentes contextos, inclusive mostrando os questionamentos de Redl quanto sua própria conduta quando provocado a delatar um colega ou um subalterno. Szabó também consegue retratar, com esmero, os recônditos do Exército Austro-húngaro e sua promíscua relação com a nobreza – Kristof, mesmo sendo um oficial medíocre, insubordinado, pouco leal ao Imperador e completamente devasso, rapidamente galga cargos políticos e patentes militares graças à sua origem nobre e seus contatos sociais. A narrativa é linear, com grandes lapsos temporais, e ritmo moderado. A atmosfera é de leve tensão, a qual cresce à medida em que Redl sobe de posto e ganha responsabilidades, entrando na mira do Arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono e conspirador de primeiríssima linha – o que leva Redl a, gradativamente, “flexibilizar” sua ética e lealdade ao Império. O filme é grandioso quanto ao seu desenho de produção de época, retratando belamente os primórdios do século XX, de suas festas e bailes aos exercícios militares do exército. A fotografia colorida aproveita muito bem a saturação de cores e os planos bem abertos, muito embora não crie nenhuma linguagem cinematográfica inovadora e permaneça no terreno mais convencional. Quanto às interpretações, Klaus Maria Brandauer despeja todo seu talento no personagem Redl e consegue exprimir as contradições e angústias do protagonista com notável cuidado e muita “paixão”; Jan Niklas interpreta Kristof sem grande brilho em seu trabalho; Gudrun Langrebe interpreta Katalin, Armin Mueller-Stahl, o Arquiduque Franz Ferdinand e Hans Christian Blech, o General Von Roden – todos competentes, mas ninguém excepcional. Destaque para a última cena de Klaus Maria Brandauer – interpretação sensacional! – e para a ironia da última cena de Franz Ferdinand. O filme foi agraciado com o Prêmio BAFTA (1986) na categoria Melhor Filme Estrangeiro, e com o Prêmio do Juri no Festival de Cannes (1985); foi ainda indicado ao Oscar (1986) de Melhor Filme Estrangeiro, perdendo para o argentino “A História Oficial” (1985). É um filme bem interessante, mas que mexe mais com o nosso intelecto do que com as nossas emoções (não é um filme sensorial). Em todo caso, acho que vale muito à pena.

sábado, 30 de março de 2024

Dialética Poética

 


A transformação é o que permanece,
a história é a rima que se estabelece
afirma a noite, nega de dia,
tudo isto feito poesia.

A arte é uma relação social contradita,
a cada verso, ditada e maldita,
ensimesmada ou flamante,
reflete a força do humor dominante.

Entre o que existe e o que se pode,
que se tornou prática na sociedade,
cabe à classe de ofício da arte,
construir uma nova ode.

Não há poesia verdadeira,
nem moda que será derradeira,
o relevante é a transformação que queremos,
à influência que realizar poderemos.

Em meio ao povo podem surgir,
forças de revolta e transformação,
mas a métrica de uma revolução,
não será fruto do espontâneo devir.

A poesia é uma construção coletiva,
um fluxo dialético em movimento,
e cumpre a nós, trovadores da vida,
dar um novo sentido a esse momento.


AZEVEDO, Walter. Dialética Poética. Em Tudo é Poesia. Lira Editorial. 2023.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Base Social e Poder: Relações entre Classes Sociais, Disputa de Poder e Objetivos Estratégicos

'Base Social e Poder: Relações entre Classes Sociais, Disputa de Poder e Objetivos Estratégicos' (Walter Azevedo)
"A política é o campo de batalha onde diferentes bases sociais se enfrentam e pelo poder de definir a direção da nação e para fazer a sua história."
 

Exploraremos os conceitos de objetivo estratégico, poder, base social, classe social e disputa de classe, examinando como esses fatores estão interligados na busca pelo domínio político e na construção da ideologia dominante e na sua contraparte da ideologia do dominado.

Por Walter Azevedo para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

A interação entre base social e poder é um aspecto central na compreensão das dinâmicas sociais e políticas que condicionam a história, como aspectos da determinação das disputas entre classes. Exploraremos os conceitos de objetivo estratégico, poder, base social, classe social e disputa de classe, examinando como esses fatores estão interligados na busca pelo domínio político e na construção da ideologia dominante e na sua contraparte da ideologia do dominado.

Objetivo Estratégico: Definição e Utilidade

A ação política consequente demanda o estabelecimento de objetivos estratégicos claros, materiais e hierarquicamente definidos como um conjunto de metas de uma organização ou grupo político para um determinado fim. É a partir da definição estratégica que uma fração de classe ou classe social promove suas necessidades materiais, seus interesses, suas soluções e sua reprodução.

Esses objetivos, quando consolidados na consciência do grupo social, tem o poder de orientar as ações, direcionar esforços para alcançar resultados concretos. Objetivos estratégicos são determinantes para construir uma clareza de propósito e um roteiro para a consecução das ambições pretendidas, na sustentação do foco no longo prazo e na manutenção conquistas do coletivo que define e se orienta por estas metas.

Na falta de objetivo estratégico claro, material e de poder classista, o que acontece é que o senso comum individual determina o motor das ações em coletivos, partidos e classe, desafortunadamente o senso comum da classe dominada só faz reproduzir esta subordinação consolidando uma ideologia do dominado.

Ação Política Efetiva

A ação consequente se dá pela orquestração dos interesses de uma base social, um grupo social determinado, buscando promover o seu engajamento e despertar o movimento que leve a este grupo agir em si e para si mesmo. Isso envolve a análise concreta do ambiente político e social, a mobilização de recursos e a escolha de táticas que agreguem saldos residuais e cumulativos para o objetivo estratégico daquela base social, identificando sua posição em disputa com as outras bases sociais.

Poder e Base Social

O poder como a capacidade de influenciar, controlar ou moldar ou impor uma vontade as ações e decisões de pessoas ou grupos. A base social refere-se ao conjunto de indivíduos que compartilham semelhanças, como interesses, posições e relações sociais, herança cultural e estruturas econômicas. O poder é conquistado e mantido por meio da ação de uma base social, ou um conjunto de grupos sociais com alguma coesão ou amarração de sua identidade e interesses materiais ou certezas imaginárias. Quanto maior for a adesão da base social, mais consolidada for sua identidade, melhor se fizer a sua organização com atitude e disposição para o embate, mais forte será o poder desta base social que, ao fim, terá capacidade para exercer este poder sobre outras bases sociais.

Classe Social e Disputa de Classe

A sociedade é estratificada em classes sociais com base em diferenças de propriedade, renda, interconexões sociais e situação em relação à estrutura produtiva. A disputa de classe é a dinâmica dialética da relação entre diferentes classes que se eleva na construção de uma supremacia de umas sobre as outras. Essas disputas se manifestam em várias formas, como lutas por leis e direitos, por políticas governamentais ou melhorias setoriais quando se expressam na pequena política. Já na grande política são as disputas de poder e dominância social totalizante que realizam ou materializam as relações classistas.

Poder de Classe e Ideologia Dominante

O poder de classe emerge quando uma classe social conquista e exerce um domínio em todos as esferas sociais sobre as demais classes, permitindo que seus interesses particulares sejam naturalizados e institucionalizados como interesse geral. A ideologia da classe dominante legitima a ordem social existente, promovendo valores, crenças e normas que sustentam seu domínio. Isso influencia a percepção da realidade, moldando as perspectivas e comportamentos das classes sociais subalternas, consolidado em um senso comum idealista e conservador.

Organização e Partido

Um coletivo partidário, um Partido Político é historicamente a melhor ferramenta para uma base social estruturar sua organização para participar na grande política da disputa de poder entre classes. Uma base social ou classe social dominada vive no seu senso comum derivado de sua situação de subalternidade. A partir de Lênin sabemos que somente um coletivo organizado dentro da sua classe, que esteja imbuído de um novo sentido e missão estratégico de poder para sua classe, terá capacidade de influenciar, motivar e organizar esta base social para um novo tipo de ação na grande política, entrar nas disputas classistas para ousar e vencer.

A ferramenta Partido de classe para a classe, com estratégia de poder classista, pode levar a sua base ou classe social a abrir contenda com a classe dominante, com vistas ao estabelecimento de uma nova dominância de poder. É a articulação entre base social, partido desta base e orientação estratégica para o poder desta mesma base social que pode construir o devir histórico na luta com uma dominância de uma classe já estabelecida.

Conclusão Classista

As relações entre base social e poder são forças motrizes das dinâmicas políticas e sociais. A consolidação de objetivos estratégicos de poder classista, com o desenvolvimento de ações táticas consequentes para cada nova situação e a construção de uma teoria revolucionária para as condições do presente são fundamentos do êxito da ação em e para a nossa classe trabalhadora. A política é o campo de batalha onde diferentes bases sociais se enfrentam e pelo poder de definir a direção da nação e para fazer a sua história.

18/09/2023

Publicado em: https://emdefesadocomunismo.com.br/base-social-e-poder-relacoes-entre-classes-sociais-disputa-de-poder-e-objetivos-estrategicos/

 

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